Givenchy
Divulgação |
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A famosa blusa Bettina, com babados nas mangas |
Por CLAUDIA GARCIAHubert James Taffin de Givenchy nasceu em Beauvais, na França, em 1927. Filho do marquês Lucien Taffin de Givenchy e de Béatrice de Givenchy, seu avô dirigia uma oficina de tapetes em Beauvais.
Muito cedo ele já demonstrava seu interesse pela moda. Aos dez anos, ao visitar uma exposição de figurinos dos mais famosos estilistas franceses, ele se identificou imediatamente com o universo luxuoso da alta-costura.
Ao contrário do que sua família desejava, Givenchy não
se tornou advogado, tendo cursado a Escola de Belas Artes, em Paris. Chegou
a trabalhar com nomes importantes da costura parisiense, como Jacques Fath,
Robert Piguet e Lucien Lelong.
Trabalhou também com Christian Dior e Elsa Schiaparelli, antes de
abrir sua própria maison, em 1952, no número 8, da rue Alfred
de Vigny, na Monceau Plain, em Paris.
Nesse mesmo ano, ele apresentou sua primeira coleção de alta-costura,
que ficou marcada pela blusa de babados nas mangas, batizada de Bettina,
nome da sua principal modelo e também relações públicas
da marca.
O ano de 1953 foi muito importante para Givenchy, pois conheceu aquela que
viria a ser sua musa inspiradora, amiga e responsável por muito de
seu sucesso internacional, a atriz Audrey Hepburn.
O estilista criou modelos para a atriz, imortalizados em filmes como "Bonequinha
de Luxo" ("Breakfast at Tiffany's"), de 1961, "Cinderela
em Paris" ("Fanny Face"), de 1957 e "Sabrina",
de 1954. Este último chegou a ganhar o Oscar de melhor figurino,
que era assinado por Edith Head - a designer mais requisitada de Hollywood
na época -, a qual não deu o devido crédito a Givenchy
pelo famoso vestido de baile, usado por Audrey Hepburn no filme.
Em resposta, a atriz exigiu que, em seus próximos filmes, seu guarda-roupa
fosse todo feito pelo estilista francês, que criou modelos tão
elegantes, que a imagem de Audrey Hepburn, usando um vestido
longo preto e uma piteira, em "Bonequinha de Luxo",
se tornaria inesquecível.
O guarda-roupa da personagem Holly
Golightly estava repleto de clássicos, os vestidos
pretos, as cinturas marcadas, os comprimentos pelo joelho, as estruturas
limpas e os sapatos discretos. A combinação perfeita entre
as criações do estilista e sua musa inspiradora produziram
um clima de encanto, de glamour, que marcou Audrey e Givenchy como sinônimos
de elegância e refinamento.
Também em 1953, Givenchy encontrou o estilista espanhol Cristóbal Balenciaga, que foi o seu grande mestre, segundo declaração feita pelo próprio Givenchy. A influência de Balenciaga está presente no espírito de muitas de suas criações e o evidente gosto pela estrutura minimalista das roupas.
Durante os anos 50, ele criou vários modelos "chemisier",
na forma saco, largos na parte superior e afunilando-se em direção
à bainha. Também fez muito sucesso com os separáveis
- peças que podem ser combinadas entre si -, e com as suas famosas
blusas de tecidos de camisas.
Givenchy foi o primeiro designer de alta-costura a apresentar uma coleção
de prêt-à-porter feminino, intitulada "Givenchy Université",
em 1954.
Em 1957, lançou o seu primeiro perfume, o feminino "Le
De". Originalmente vendido a poucos seletos clientes
e amigos de Givenchy, atualmente ele só é encontrado em Paris,
nas galerias Lafayette e Printemps, na Sachs, em Nova York e na Harrods
e Selfridges, em Londres.
Ainda em 1957, criou o perfume "L'Interdit", em homenagem a Audrey
Hepburn, e, em 1973, entrou para o mundo da moda masculina, com o lançamento
da linha "Gentleman Givenchy".
Além de Audrey Hepburn, Givenchy vestiu outras tantas famosas, como
Jacqueline Kennedy, Grace Kelly e a duquesa de Windsor.
Em 1981, os perfumes da marca passaram para o controle da Veuve Cliquot Champagne e, em 1988, a Givenchy Couture foi vendida para a LVMH (Moet Henessy Louis Vuitton), que é hoje o maior grupo de comércio de marcas de luxo.
Em 1995, o estilista fez seu último desfile, deixando seu lugar na
maison para o britânico John Galliano, graduado pela London's St Martin's
School of Art e três vezes eleito o designer do ano pelo British Fashion
Council.
Sua estréia foi em janeiro de 1996, com uma coleção
criativa e dramática, com crinolinas e vestidos de cauda longa, chapéus
de sino, anos 20, vestidos anos 30 e tailleurs anos 40.
Um ano depois, em outubro de 1996, o também britânico Alexander
McQueen foi escolhido como seu sucessor. Sua primeira coleção
para a Givenchy foi apresentada em janeiro de 1997 e, em 1998, ganhou o
prêmio de melhor designer do International Fashion Group.
Após algumas especulações sobre quem se tornaria o
principal nome da marca, no lugar de McQueen, Julien Macdonald foi nomeado
diretor artístico da casa em março de 2001. O jovem Macdonald
tem em seu currículo a experiência de ter trabalhado para a
maison Chanel e é dono de sua própria casa, desde 1997.
Hubert de Givenchy esteve no Brasil duas vezes: a primeira na década de 50, para o lançamento de uma coleção de algodão que havia sido encomendada pela fábrica de tecidos Bangu e a outra, em 1995, para abrir o Primeiro Congresso Brasileiro de Moda, promovido pelo Instituto Zuzu Angel e pela Faculdade Veiga de Almeida, no Rio de Janeiro.