O "Correio da Manhã", em 1961, liderou
uma campanha da grande imprensa pela posse de João
Goulart. Três anos depois, o jornal esteve na liderança
de outra campanha, pela deposição de Goulart.
Não há uma incoerência nessa atitude,
da qual os fatos marcantes foram os dois editoriais, o "Fora"
e o "Basta" (1)?
Edmundo Moniz
— Eu não vejo nenhuma incoerência
nas duas atitudes do "Correio da Manhã".
Para mim, uma completa a outra. O "Correio" foi
sempre um jornal tradicionalmente favorável à
liberdade democrática. Era um jornal conservador
mas liberal e, sobretudo, defensor do respeito à
Constituição. Isso não quer dizer que
esse respeito fosse absoluto porque, muitas vezes, eram
as próprias exigências políticas que
forçavam a tomada de uma posição que
nem sempre constituiu o exato cumprimento da Constituição,
quando estava em jogo o regime. Nós temos que examinar
os fenômenos políticos não num sentido
absoluto, mas num sentido dialético, com as suas
contradições. O "Correio da Manhã"
defendia o regime democrático, defendia a Constituição,
embora não de uma maneira absoluta, não como
um dogma. Este era o ponto de vista, historicamente falando,
que eu veria na posição do jornal.
O "Correio da Manhã defendeu essa posição
e isto lhe custou até o fechamento por dois ou três
dias.
Por ordem de quem?
Edmundo
— Por ordem do governo do Estado da Guanabara,
do Carlos Lacerda. Pelo menos era a ele que se atribuiu
o fechamento na época, porque havia uma espécie
de caos, praticamente o país não tinha governo
e, na Guanabara, quem governava era o Carlos Lacerda.
Mas, o "Correio da Manhã" reabriu com as
mesmas posições e defendeu a posse do Jango.
Defendeu o Parlamentarismo, desde quando o Parlamentarismo
foi votado pelo Congresso, embora a posição
do "Correio da Manhã", teoricamente, fosse
antiparlamentarista, ou melhor, o "Correio da Manhã"
defendia o presidencialismo.
Recolocada a questão das chamadas Reformas de
Base, como se situou o "Correio da Manhã"?
Edmundo
— O "Correio da Manhã"
defendeu as Reformas de Base, sobre tudo a reforma agrária.
Evidentemente que o "Correio" sendo um órgão
liberal, nem sempre as idéias dos colaboradores favoráveis
à reforma agrária e as do jornal coincidiam.
Quando se deram divergências entre a direção
do jornal e os colaboradores, como foi solucionado o problema?
Edmundo
— Nunca houve divergência entre os
colaboradores e o jornal porque o jornal dava liberdade
plena aos seus colaboradores, desde que assinassem os artigos
e desde que não fosse uma posição frontalmente
oposta a do jornal. Quer dizer, se viesse um colaborador
pedir a dissolução do Congresso, fechamento
da imprensa, evidentemente aí haveria um choque entre
os colaboradores e a direção do jornal. Evidentemente,
a direção do jornal não consentiria
em uma coisa dessas.
Mas, em suas linhas gerais, o "Correio da Manhã"
sempre acolheu as colaborações dos mais diversos
representantes das ideologias políticas e sociais.
Nunca o "Correio" tomou uma posição
dogmática contra essa ou aquela tendência.
Ao contrário, vários elementos de esquerda
colaboraram com o jornal. O José Oiticica (2),
durante muitos anos, colaborou, defendendo os seus pontos
de vista. E o "Correio" não era anarquista,
pelo contrário, era contra o anarquismo, que achava
uma utopia. Mas não impedia que um dos seus colaboradores
escrevesse defendendo essa utopia.
A partir de quando o "Correio da Manhã"
acentua a posição crítica em relação
a João Goulart?
Edmundo
— Ele foi sempre um jornal de oposição.
Nunca o "Correio da Manhã" se atrelou ao
carro do governo. Ele defendeu a posse do Juscelino Kubitschek,
em 1955, e, entretanto, não era um jornal que apoiasse
o governo do Juscelino. Ele criticou vários pontos
desse governo e, muitas vezes, com muita energia e com muita
severidade. O fato de ser favorável à posse
de Juscelino não queria dizer que fosse o jornal
do Juscelino, o jornal do governo.
Mas, há quem diga que essa relação
entre o "Correio da Manhã" e o governo
JK foi o começo do processo de decadência,
porque o "Correio da Manhã" se atrelou
e perdeu a combatividade a partir desse momento.
Edmundo
— Ao contrário, o "Correio
da Manhã" nessa época manteve a maior
independência política. Inclusive, o "Correio"
combateu a construção de Brasília,
combateu vários ministros do governo de Juscelino.
O próprio Lott
(3),
que o "Correio" tinha apoiado quando depôs
o Café Filho e o Carlos Luz, o próprio Lott
moveu uma ação judicial contra o "Correio
da Manhã", porque ele estava atacando alguns
aspectos da administração do Lott, que era
a figura forte do governo de JK. Nessa época, o "Correio"
acolhia, com muita simpatia, a UDN, que era um partido adversário
de Juscelino. E, nas eleições presidenciais,
o "Correio" não tomou uma posição
ao lado de Juscelino. Ficou numa posição de
equidistância, embora simpáticos ao Juscelino,
mas não de apoio integral.
Portanto, não há decadência do "Correio
da Manhã". Ao contrário, foi uma posição
profundamente coerente com as suas tradições
e com a sua ideologia natural.
Voltando àquele período do governo João
Goulart. A partir do momento em que surge em cena o trabalhador
mobilizado, através da CGT (4),
surgem as greves. Como o "Correio da Manhã"
reagiu a isso?
Edmundo
— Ele reagiu de maneira racional. Apoiou
muitas greves e combateu muitas outras. Mas, a posição
do "Correio" foi sempre de respeito ao direito
de greve.
Sobre a crise de
1961 (5), o "Correio da Manhã"
foi surpreendido? Não só o "Correio",
mas a grande imprensa foi surpreendida com a renúncia
de Jânio?
Edmundo
— Foi. Eu acho que não houve ninguém
no Brasil que não se surpreendeu com isso. Até
os próprios companheiros do Jânio. Não
houve sinais anteriores. Até o José Aparecido
(6) se surpreendeu com a renúncia
ou com a idéia da renúncia.
O Aparecido era...
Edmundo
— Era o homem mais ligado ao Jânio
naquela época, ou um dos mais ligados. E até
ele se surpreendeu. Quer dizer, a renúncia do Jânio
Quadros representou uma surpresa nacional.
31.jan.61/Acervo
UH/Folha Imagem
|
![](http://almanaque.folha.uol.com.br/images/memoria2_17fev01.jpg) |
Jânio
Quadros assume a presidência da República.
À sua esq., o vice-presidente João
Goulart, e à dir., o ex-presidente Juscelino
Kubitschek
|
A posição dos três ministros militares
contra a posse de João Goulart, pretextando as vinculações
dele com o comunismo, foi surpresa?
Edmundo
— Não poderia ser surpresa nem não
surpresa. Foi uma coisa que aconteceu. O "Correio"
não imaginava que os ministros militares fossem combater
o Jango Goulart porque ele era comunista. Evidentemente,
achava isso uma insensatez, porque o Jango podia ser acusado
de qualquer coisa, menos de comunista. Era uma manobra militar
e política que o "Correio" não poderia
aceitar.
Isso não apresentou como uma manifestação
de uma minoria que, apesar de estar na cúpula do
Exército, utilizava uma manobra para trazer as Forças
Armadas para um tipo de golpismo?
Edmundo
— Em primeiro lugar, o "Correio da
Manhã" nunca foi um jornal anticomunista. Pelo
contrário, defendeu a legalização do
Partido Comunista e combateu o Dutra (7),
quando ele propôs a ilegalidade do partido. E não
só o "Correio da Manhã", a UDN também
foi contra. O "Correio" não tinha nenhuma
posição preconceitual contra o se chamar fulano
de comunista, porque ele sempre encarou isso de um ponto
de vista doutrinário.
Durante a crise de 61, a posição dos ministros
militares, que era basicamente a do marechal Denis (8),
divergia muito da posição do Exército,
encarnada pelo marechal Lott.
Edmundo
— Eu acho que havia uma contradição
profunda dentro do Exército e dentro do próprio
Denis, porque o Denis sustentou a posse do Juscelino e do
Jango e, se sustentou a posse do Jango como vice-presidente,
sustentou a possibilidade de o Jango ser o presidente, no
caso do Juscelino renunciar ou se afastar do governo. Depois,
ele voltar-se contra o Jango para impedir sua posse, com
a renúncia de Jânio Quadros, é uma contradição.
Sim, mas ele expressava...
Edmundo
— Ele expressava um bloco definido de direita
que, mais tarde, cada dia foi mais se aproximando desse
golpe. Mas, eu não sei qual foi o processo psicológico
ou político que o levou a se tornar um líder
anticomunista no sentido militante do termo. Mas, evidentemente,
há uma contradição entre a posição
dele em 61 e em 55. Há uma contradição
profunda, mas dentro do Exército sempre houve tendências.
Sempre houve uma tendência democrática e sempre
houve uma tendência direitista. Eu não sei
como a facção direitista atraiu o general
Denis para as suas posições mas, evidentemente,
ele acabou se manifestando ao lado da direita do Exército.
Tanto havia uma parte do Exército que era democrática,
que muitos militares de real valor, de real significação,
foram depostos, reformados e afastados do Exército
em 1964. O expurgo nas Forças Armadas, no Exército,
na Aeronáutica, na Marinha, demonstra muito bem a
divisão existente, a existência de duas posições
definidas, uma democrática, outra antidemocrática.
Agora, vamos correr no tempo e chegar ao período
63/64.
Edmundo
— Da mesma forma que o "Correio da
Manhã" não se atrelou ao carro do governo
do Juscelino, também não se atrelou ao carro
do João Goulart.
De uma certa forma, o "Correio" apoiou o plebiscito
(9) e a restauração
do presidencialismo, que coincidia com os pontos de vista
de João Goulart. Defendeu as reformas de base, o
que coincidia, também, com os pontos de vista de
João Goulart. Mas isso não quer dizer que
estivesse atrelado ao carro do governo, que fosse um jornal
governista.
O "Correio" combatia os atos administrativos de
Jango, os aspectos da sua política econômica,
financeira, aquilo que o "Correio" achava que
estava errado. E também apoiava o que coincidisse
com seu ponto de vista.
Então, houve uma crise muito grande em todo o país,
uma crise que atingiu as Forças Armadas, o empresariado,
o proletariado. O próprio Goulart viveu horas difíceis,
com a insurreição dos sargentos, que não
era nem pró, porque era contra ele, e que não
era propriamente feita pelos inimigos dele. Ao contrário,
os inimigos não aceitavam aquela revolta dos sargentos.
Depois do golpe de 64, ainda tinha sargento preso por causa
da insurreição que houve em Brasília
para depor o governo.
Quando da queda de Goulart, o "Correio da Manhã"
não se colocou ao lado de nenhum bloco com a imprensa
anti-João Goulart. O "Correio" ficou numa
posição independente, sem compromisso com
nenhum outro jornal, sem compromisso com o João Goulart,
sem compromisso com a UDN, sem compromisso com os militares.
O "Correio" estava numa posição
definida, de acordo com o que ele sempre seguiu. Estava
fiel a si próprio.
Mas, o "Correio da Manhã", de repente,
foi surpreendido, ou encontrou-se, diante de uma crise política,
diante de uma crise militar. Então, o "Correio"
defendeu uma atitude própria, que o Jango tomasse
certas medidas como presidente da República, para
normalizar a situação, para superar a crise.
Que ele, como presidente da República, devia dar
um basta àquela situação de crise inequívoca.
Ao mesmo tempo, nesse mesmo artigo, defendia a continuação
de João Goulart até o fim do seu mandato.
Sim, mas parece que o "Basta" foi no dia 31
e o "Fora" no dia 1o.
Edmundo
— O "Fora" foi consequente da
posição do João Goulart, porque desde
que ele abandonou o governo, desde que saiu ou estava disposto
a sair, o "Correio da Manhã" passou a defender
uma posição legalista, que era a da posse
do Ranieri Mazzilli
(10).
Mas quando o artigo "Fora" saiu, pela manhã,
o João Goulart ainda se encontrava aqui no Palácio
Laranjeiras.
Edmundo
— Já estava praticamente deposto...
Conta-se que ele, quando pegou o jornal e viu o artigo,
teria comentado com desalento: 'Olha o que o "Correio
da Manhã' está dizendo aqui".
Edmundo
— No dia 31, o Jango já se preparava
para abandonar o governo. Foi diante de um fato consumado
que o "Correio" defendeu a sucessão legal.
Porque na véspera ele tinha defendido a continuação
de Jango. E se Jango tivesse reagido e defendido o regime,
acredito que o "Correio" teria defendido a posição
constitucionalista e o próprio Jango. Como mais tarde
se manifestou contra o regime que foi instaurado. Porque
o jornal tem que se manifestar diariamente diante do acontecimento
e tem que ter uma saída para aquela situação.
O que o "Correio da Manhã" propunha
ao presidente da República?
Edmundo
— Propunha precisamente uma normalização
da situação. Havia uma crise militar, decorrente
da Revolta dos Marinheiros, de vários acontecimentos
políticos, uma crise que não foi inventada
pelo "Correio"; ele também se viu no redemoinho
da crise, como todo o País se viu. O próprio
"Correio" advertia o Jango para o perigo de uma
ditadura militar, de uma vitória da direita.
Você é autor dos dois editoriais "Basta"
e "Fora"?
Edmundo
— Não, eu tive conhecimento do jornal,
eu só sou autor daquilo que eu assino, quer dizer,
defendi essa posição que estou aqui manifestando.
O artigo foi feito pela redação e eu não
posso dizer o autor dos artigos, eles são de responsabilidade
do jornal. Aqueles dois editoriais foram muito alterados,
talvez fossem escritos por muita gente. Não escrevi
o artigo, mas o alterei. Toda a redação mexeu.
Quando o "Basta" foi escrito, já se
sabia da movimentação da coluna do general
Mourão Filho (11)?
Edmundo
— Já, já, já. Não
sei se já se sabia da movimentação
do Mourão, mas havia várias manifestações
militares contrárias ao governo. Então chegou
o momento em que o jornal lançou o "Basta".
E depois o "Fora", defendendo a restauração
da legalidade, como o havia feito em 1955. Defendeu a ascensão
natural de Mazzilli, que, depois de assumir o governo, baixou
as regras das eleições que deveriam ser feitas
pelo Congresso. Regras essas que foram modificadas pelo
governo militar, porque o Ato Institucional não foi
assinado pelo Mazzilli, foi assinado por uma Junta Militar,
que se compôs aqui no Rio. E também o ato que
criava a desincompatibilização foi insurrecional,
porque o Castelo Branco era o chefe do Estado-Maior do Exército,
que era inelegível. Então foi anulada a inelegibilidade,
para que o Castelo assumisse, fato que o "Correio"
combateu.
O "Correio" sabia da existência desses
conspiradores, a nível de direção do
jornal?
Edmundo
— Evidentemente, mas a direção
do jornal estava preocupada com a defesa do regime, da Constituição,
do Congresso. O jornal estava temendo elementos extremados,
dentro do governo, mais propício para um golpe tipo
Estado Novo, e temendo que os militares dessem um golpe
para estabelecer uma ditadura. O "Correio" não
tinha nenhuma ligação com os conspiradores
e manifestava-se contra a insurreição de Mourão,
como também não tinha nenhum compromisso com
o João Goulart.
Era uma posição isolada até certo ponto;
às vezes, a "Última Hora" coincidia
com o "Correio". Quando o "Correio"
começou a escrever os artigos contra o Ato Institucional,
contra o terrorismo do governo, contra a violação
das liberdades democráticas, contra as cassações,
a "Última Hora" publicava na primeira página
os artigos do "Correio" que ela não queria,
ou não podia dizer. A "Última Hora"
acabava de ser empastelada e, então ameaçada,
publicava os artigos do "Correio". Mas o "Correio"
não coincidia com a posição de "O
Globo" nem com a do "O Estado de São Paulo",
ou do "Jornal do Brasil". O "Correio"
não entrou em bloco nenhum a favor do movimento de
64, pelo contrário, ele ficou neutro. O desejo era
que tudo se realizasse diferente do que aconteceu. Então,
às vezes, a aparente imprecisão do jornal.
Aparente, porque tinha de examinar os acontecimentos e tomar
posições imediatas, às vezes acontecimentos
que surgiam fora de qualquer prognóstico.
Nunca o "Correio" acreditou nos compromissos democráticos
da chamada Revolução. Tanto assim que, durante
muito tempo, o "Correio" só falava em Revolução
entre aspas. Porque a posição do jornal é
que se tratava simplesmente de um golpe militar. Então,
toda a tecnologia do "Correio" é baseada
num combate à ditadura militar.
Seus dirigentes sofreram ameaças e pressões,
mas a disposição do "Correio", sobretudo
a de Niomar (12), era a de
manter o jornal de acordo com o que ele sempre havia se
mantido: Fiel à memória de Paulo Bittencourt
(13).
O governo não se decepcionou com o "Correio
da Manhã"?
Edmundo
— Para ele se decepcionar é porque
verificou que o "Fora" e o "Basta" tinham
uma significação diferente da que ele havia
interpretado. E isso levava a uma confusão. Também
Jango surpreendeu-se naturalmente com os artigos que ele
achou que era contra ele e depois deveria ter-se surpreendido
com a posição do "Correio" contra
os militares. Mesmo quando eu dirigia o "Correio da
Manhã", a minha opinião era divergente,
muitas vezes, da posição do "Correio".
Ele tinha uma linha, eu outra. Mas isso não quer
dizer que eu não compreenda a posição
democrática e liberal do jornal.
Um dos diretores foi convocado ao Ministério da
Guerra para depor?
Edmundo
— Nunca houve isto, houve visita de militares
ao "Correio da Manhã" para conversar sobre
a situação política e o jornal sempre
os recebeu com toda a cordialidade, porque era um governo
constituído legalmente, não vou dizer legitimamente.
Eles, naturalmente, queriam que o "Correio" desse
um apoio ao governo e que tomasse posições
contra a oposição. E o "Correio"
não estava disposto a dar um apoio absoluto a esse
regime, embora muitas vezes o jornal tivesse elogiado, eu
não me lembro agora qual tenha sido, ato do novo
governo. Se a ditadura militar teve o apoio, numa ou noutra
posição, do "Correio", isto foi
causado precisamente pela independência que o jornal
sempre teve nas questões políticas.
Quando o "Correio" se tornou um jornal de oposição
ao regime, ele aumentou muito a circulação.
Às vezes de 50 mil exemplares, enquanto a tiragem
normal era de 70 a 80 mil. Nunca houve a queda de assinaturas,
sempre em torno de 25 a 30 mil.