'É proibido fumar' é o vencedor do Prêmio ACIE de Cinema
- ️Tue Apr 06 2010
06/04/2010 - 00:00 / Atualizado em 01/11/2011 - 18:16

RIO - Tabagistas ou não, os votantes da premiação cinematográfica anual da Associação dos Correspondentes da Imprensa Estrangeira no Brasil (ACIE) se renderam à fumaça criativa de Anna Muylaert e seu "É proibido fumar", na cerimônia realizada na noite de segunda-feira no Centro Cultural Banco do Brasil. Apesar de toda a chuva que castigava o Rio, a cineasta paulista chegou a tempo de buscar o prêmio ACIE de melhor filme. Vista por 44.424 espectadores desde sua estreia, em dezembro, a nicotinada love story entre uma professora de violão (Glória Pires) e um cantor de churrascaria (Paulo Miklos) venceu ainda nas categorias melhor roteiro e melhor trilha sonora. Estavam em concurso apenas longas-metragens lançados em 2009. A láurea costuma ser apelidada pelo cinema brasileiro de "Globo de Ouro nacional", em referência ao troféu hollywoodiano, também votado por jornalistas de diversas pátrias e idiomas.
Para os integrantes da ACIE, dirigida pelo jornalista Marcelo Cajueiro, o melhor cineasta de 2009 foi um ator: Matheus Nachtergaele, premiado por seu mergulho na religiosidade amazônica com "A festa da menina morta". O filme de Nachtergaele rendeu ainda um troféu de melhor fotografia para Lula Carvalho. Foi Lula quem recebeu o prêmio de Nachtergaele, impossibilitado de chegar ao CCBB por causa do mau tempo.
Entre as atrizes indicadas, a premiada foi Andréa Beltrão, por sua interpretação como uma educadora perseguida por policiais corruptos em "Verônica", de Maurício Farias. Andréa concorria com Caroline Abras ("Se nada mais der certo"), Glória Pires ("É proibido fumar") e Fernanda Torres ("Os normais 2").
Na análise estética da ACIE, o melhor ator de 2009 foi Dan Stulbach, por seu desempenho em "Tempos de paz", drama baseado na peça "Novas diretrizes em tempos de paz", de Bosco Brasil, também protagonizada por ele nos palcos. Stulbach disputava com seu colega de "Tempos de paz" Tony Ramos (indicado por "Se eu fosse você 2"), com Daniel de Oliveira ("A festa da menina morta") e com Selton Mello ("A mulher invisível").
Na seara dos documentários, a ACIE elegeu "Loki - Arnaldo Baptista", de Paulo Henrique Fontenelle, como o melhor filme de 2009 fora da praia da ficção. Fontenelle ganhou ainda o prêmio de júri popular, votada pelo público que teve a chance de prestigiar todos os concorrentes numa mostra organizada pelo CCBB, aberta com a pré-estreia de "As melhores coisas do mundo", da diretora paulista Laís Bodansky.
Responsável por alguns dos maiores fenômenos de público da era das chanchadas, Carlos Manga, realizador de "Matar ou correr" (1954) e "O homem do Sputnik" (1959), foi homenageado na cerimônia. Indicado ao prêmio de melhor diretor de 2009 por "Se eu fosse você 2" e "Tempos de paz", Daniel Filho - que hoje lota cinemas com "Chico Xavier" - entregou a Manga um troféu em tributo a seus 58 anos de cinema. Veja a lista completa dos premiados:
MELHOR FILME - "É proibido fumar"
MELHOR FILME - JÚRI POPULAR - "Loki - Arnaldo Baptista", de Paulo Henrique Fontenelle
MELHOR DIRETOR - Matheus Nachtergaele por "A festa da menina morta"
MELHOR ROTEIRO - Anna Muylaert por "É proibido fumar"
MELHOR ATRIZ - Andréa Beltrão por "Verônica"
MELHOR ATOR - Dan Stulbach por "Tempos de paz"
MELHOR DOCUMENTÁRIO - "Loki - Arnaldo Baptista", de Paulo Henrique Fontenelle
MELHOR DIRETOR DE FOTOGRAFIA - Lula Carvalho, por "A festa da menina morta"
MELHOR TRILHA SONORA - Mauricio Pereira, Pena Schmidt, Paulo Miklos, Anna Muylaert, Paulo Sacramento, Helio Vilela e Marcio Nigro, por "É proibido fumar"