Astrid da Suécia – Wikipédia, a enciclopédia livre
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Astrid | |
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Princesa da Suécia | |
Rainha Consorte da Bélgica | |
Reinado | 23 de fevereiro de 1934 a 29 de agosto de 1935 |
Coroação | 25 de fevereiro de 1934 |
Predecessora | Isabel da Baviera |
Sucessora | Fabíola de Mora e Aragão |
Nascimento | 17 de novembro de 1905 Palácio do Príncipe Real, Estocolmo, Reino da Suécia |
Morte | 29 de agosto de 1935 (29 anos) Küssnacht am Rigi, Suíça |
Sepultado em | 3 de setembro de 1935, Igreja de Nossa Senhora de Laeken, Bruxelas, Reino da Bélgica |
Nome completo | Astrid Sofia Luísa Tira |
Marido | Leopoldo III da Bélgica |
Descendência | Josefina Carlota da Bélgica Balduíno I da Bélgica Alberto II da Bélgica |
Casa | Bernadotte (nascimento) Saxe-Coburgo-Gota (casamento) |
Pai | Carlos da Suécia |
Mãe | Ingeborg da Dinamarca |
Religião | Catolicismo (anteriormente Luteranismo) |
Brasão | ![]() |
Astrid da Suécia (Estocolmo, 17 de novembro de 1905 — Küssnacht am Rigi, 29 de agosto de 1935), foi a esposa do rei Leopoldo III e Rainha Consorte da Bélgica de 1934 até sua morte no ano seguinte.
Sua conduta e sua trágica morte fizeram-na a rainha mais popular em toda a história da Bélgica. A cidade de Astrid (hoje Butare), em Ruanda, foi nomeada a partir dela.
Filha mais jovem do príncipe Carlos, Duque da Gotalândia Ocidental e da princesa Ingeborg da Dinamarca, Astrid nasceu em Estocolmo. Seus padrinhos foram: o rei Óscar II da Suécia (seu avô paterno) e o rei Frederico VIII da Dinamarca (seu avô materno). Ela tinha duas irmãs, Marta e Margarida, e um irmão, Carlos. Marta tornou-se consorte do então príncipe-herdeiro da Noruega, o futuro Olavo V, mas não chegou a se tornar rainha.
Astrid foi educada com bastante liberdade. Seus pais desejavam criar seus filhos como crianças burguesas e não como membros da realeza. Assim, ela aprendeu a coser, cozinhar e tratar de crianças. A princesa até mesmo frequentou um curso de puericultura na universidade feminina de Uppsala.[1]
Uma ávida leitora e esportista, Astrid costumava ir com suas irmãs em hospitais para visitar enfermos. Ela, pessoalmente, preferia conversar com crianças doentes.
![](https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/c/c2/Princess_Astrid_engaged_in_1926.jpg/150px-Princess_Astrid_engaged_in_1926.jpg)
Astrid conheceu seu futuro marido, Leopoldo, então duque de Brabante, em um dos vários encontros entre as famílias reais europeias, em março de 1926.
Decorrido algum tempo, eles sentiram-se ainda mais atraídos um pelo outro e ficaram noivos. Ela tinha então vinte anos e Leopoldo, vinte e quatro. Havia também a diferença religiosa: a princesa era luterana e o príncipe, católico.
A cerimônia civil ocorreu em 4 de novembro de 1926, em Estocolmo, na presença dos reis da Suécia, da Bélgica, Dinamarca, Noruega e de vários nobres europeus. Durante a cerimônia religiosa, em 10 de novembro, Astrid e seu pai foram levados em um deslumbrante barco chamado Fylgia até a Bélgica. Seu vestido branco, com uma cauda de dez metros, e o clima da Suécia deram-lhe o apelido de "Princesa das Neves". Um diadema segurava seu véu na cabeça.
A princesa chegou ao cais da Antuérpia, onde foi recebida com um beijo na face por seu noivo, em meio aos aplausos da multidão. Foram então levados até a Basílica de Santa Gúdula, em Bruxelas. O casal fixou residência em uma parte do Castelo Real de Laeken, chamada Belle Vue.
Rapidamente, a princesa conquistou a Bélgica com sua beleza e generosidade. Ela teve que aprender língua flamenga e melhorar seu francês, por serem as duas línguas oficiais do país.
Eles tiveram três filhos:
- A princesa Josefina Carlota, depois grã-duquesa de Luxemburgo (1927-2005); Com descendência;
- O rei Balduíno I dos belgas (1930-1993); Sem descendência;
- O rei Alberto II dos belgas (1934-); Com descendência.
Astrid decidiu educar seus filhos da mesma maneira que seus pais fizeram, com liberdade e afeto, com o mínimo dos protocolos. Ela foi vista frequentemente passeando com seus três filhos pelos jardins de Bruxelas.
O duque e a duquesa de Brabante realizaram diversas viagens, entre elas ao Congo, às Índias Holandesas e à Ásia meridional. Em 1932, o casal visitou a Indochina francesa e as Filipinas. Passavam seus momentos de lazer normalmente na Suíça, afirmando serem os "condes de Réthy" para passarem despercebidos.
![](https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/1/11/Crown_princess_Astrid_1926.jpg/170px-Crown_princess_Astrid_1926.jpg)
Em fevereiro de 1934, durante uma de suas estadias, Astrid soube que seu sogro, o rei Alberto I, morrera praticando alpinismo, perto de Namur.
Astrid adquiriu ainda mais popularidade entre os belgas quando se tornou rainha. Passou a ser mais vista, saudando e conversando com as pessoas nas ruas. Preocupada com obras sociais, a rainha regularmente fazia visitas a creches. Durante as crises de desemprego, protegia os menos afortunados, normalmente familiares de mineiros, pedindo donativos, entregues ao Palácio. Contudo, nem todos da sociedade viam com bons olhos o trabalho de Astrid, chamando-a de "rainha dos operários".
Em 1935, inaugurou-se a Exposição Internacional de Bruxelas, na qual o rei, agora Leopoldo III, comprou o último modelo de um Packard descapotável.
![](https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/6/60/Astridkapelle.jpg/220px-Astridkapelle.jpg)
Em agosto de 1935, em mais um momento de lazer, Astrid e Leopoldo III instalaram-se em Küssnacht am Rigi, na Suíça, com os filhos e os empregados. Em 29 de agosto, o casal real resolveu ir para as montanhas junto com os amigos, que estavam em outro carro. O rei dirigia seu Packard, com a esposa ao seu lado e uma dama de companhia e o motorista no banco de trás.
Astrid segurava um mapa para mostrar ao marido os locais em que gostaria de parar para admirar a paisagem. Contudo, a rainha, virando-se para o marido para mostrar-lhe um ponto, distraiu-o por um momento, fazendo Leopoldo perder o controle do automóvel e bater contra uma árvore.
De acordo com testemunhas, o carro ia a uma velocidade menor do que 60 km/h. Mas foi o bastante para Astrid bater de cabeça contra o vidro e cair ensanguentada. Especialistas disseram a morte teria sido imediata. Leopoldo III e seus dois empregados tiveram ferimentos pouco graves. Depois, o automóvel precipitou-se no lago Lucerna, já que estava numa ravina. Parte do carro ficou submersa, como mostram as fotografias. O amigo do rei que estava no outro carro pediu auxílio, porém a ajuda demorou muito tempo.
A notícia da morte da rainha Astrid foi transmitida primeiramente pelo rádio. A imprensa de todo o mundo informou o acidente, mas de forma minuciosa. A imprensa francesa chegou a fazer edições especiais.
O corpo chegou de comboio até Bruxelas, onde foi enterrado no jazigo real da Igreja de Nossa Senhora em Laeken, em 7 de setembro daquele ano. Ao funeral compareceram príncipes, monarcas e chefes de Estado. Os mineiros, que Astrid protegera, seguravam nas mãos suas lanternas e nos pescoços lenços vermelhos para prestar homenagem.
É dito que Leopoldo III, que ficou com três filhos órfãos pequenos, estava completamente devastado durante o funeral. Em 1941, ele casou-se novamente, com a jovem Lilian Baels.
No ano seguinte, construiu-se uma capela em Küssnacht, perto do local onde a rainha Astrid perdeu a vida.
Um memorial foi construído pelo arquitecto Paul Bonduelle em Laeken, Bélgica, e inaugurado a 21 de Julho de 1938. O edifício, que é em estilo neo-clássico tardio, enfrenta a Igreja de Nossa Senhora de Laeken e volta para o Castelo Real de Laeken. No mesmo ano, por iniciativa da Frente dos Veteranos local, um busto de bronze da Rainha foi erguido no Parque Wisterzée em Court-Saint-Étienne, Bélgica, pelo escultor Victor Rousseau.
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Memorial da Rainha Astrid em Laeken
(arquitecto Paul Bonduelle, 1938). -
Estátua da Rainha Astrid (Memorial em Laeken).
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Busto de bronze da Rainha Astrid in Court-Saint-Étienne
(Victor Rousseau, 1938).
- 17 de novembro de 1905 - 10 de novembro de 1926: Sua Alteza Real, a Princesa Astrid da Suécia;
- 10 de novembro de 1926 - 17 de fevereiro de 1934: Sua Alteza Real, a Princesa Herdeira da Bélgica, Duquesa de Brabante;
- 23 de fevereiro de 1934 - 29 de agosto de 1935: Sua Majestade, a Rainha dos Belgas.
Referências
- ↑ «leme.pt/biografias/astrid/». Leme.pt
- ↑ «Astrid da Suécia > Ancestors». RoyaList. Consultado em 15 de novembro de 2014
Astrid da Suécia Casa de Bernadotte 17 de novembro de 1905 – 29 de agosto de 1935 | ||
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Precedida por Isabel da Baviera |
![]() Rainha Consorte da Bélgica 23 de fevereiro de 1934 – 29 de agosto de 1935 |
Sucedida por Fabíola de Mora e Aragão |