Conglomerado de mídia – Wikipédia, a enciclopédia livre
- ️Tue Dec 14 2004
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Um conglomerado de mídia, grupo de mídia, ou instituição de mídia é uma empresa que possui numerosas empresas em vários meios de comunicação de massa; ou seja, na televisão, rádio, publicações, filmes e na internet. De acordo com a revista Nation os "conglomerados de mídia, lutam por políticas que facilitem o seu controle dos mercados em todo o mundo."[1] Existem esses conglomerados nas Américas, Europa e Ásia. Conglomerados de mídia tornaram-se um recurso padrão do sistema econômico global desde 1950.
Em setembro de 2016, foi publicado no The Balance como este tipo de mídia censura informações.[2] Mesmo com a regulamentação da mídia nos Estados Unidos (que visa o liberalismo), alguns críticos, como o jornalista Gustavo Gindre e Enrique J. Saravia, afirmam, entretanto, que o FCC (o órgão regulatório da meios audiovisuais) tem continuamente afrouxado as regras para o setor, permitindo a concentração da mídia norte-americana nas mãos dos grandes grupos de comunicação e minando a participação de determinados setores da sociedade civil na mídia eletrônica.[3]
Críticos acusam os conglomerados maiores de dominar a mídia e usar práticas desleais. Isto pode ser visto através da indústria de notícias, por empresas que se recusam a divulgar ou julgar informações "interessantes" que seria prejudiciais aos seus interesses e contribuir para a fusão de entretenimento e notícias (sensacionalismo) à custa da cobertura de questões sérias. Eles também são acusados de serem uma força que deseja a padronização da cultura (ver a globalização, a americanização), e são um alvo frequente de críticas por vários grupos, que muitas vezes percebem as organizações de notícias como sendo inclinadas para interesses especiais. Há também o problema da concentração da propriedade da mídia, reduzindo em grande parte ambas as propriedades e programação (programas de rádio e TV). Há também uma forte tendência nos Estados Unidos para os conglomerados para eliminar a transmissão local, e em vez disso, usar transmissão automática e rastreamento voz, às vezes de outra cidade ou outro estado. Algumas estações de rádio usam programação alimentadas sem conteúdo local, exceto ao inserir anúncios no rádio.
Em 2008, Silvio Berlusconi o dono do principal conglomerado de mídia da Itália, o Berlusconi, iniciou uma série de processos judiciais contra jornalistas que o criticavam. Esta ação dele foi vista pela imprensa fora do seu conglomerado como uma tentativa de censura.[4]
No primeiro semestre de 2013 o Jornalismo B que diz ser uma "mídia contra-hegemônica"[5] republicou uma notícia do Coletiva.Net sobre a decisão da Rede Globo de proibir seus veículos de citarem nomes de redes sociais. O Jornalismo B comentou sobre o assunto e os conglomerados de mídia em geral:
"A mentalidade empresarial, nos conglomerados de mídia, está sempre acima da mentalidade jornalística. Os interesses privados estão sempre acima dos interesses públicos. O debate, aqui, não passa por saber se nomear a rede social em questão é ou não relevante para a notícia, mas passa, sim, pela opção deliberada, prévia e empresarial – e não editorial – de omitir essa informação. (...) O fato de uma decisão comercial sobrepor-se à prática jornalística não é novidade nesses grupos midiáticos, mas desnuda e denuncia, de uma forma mais palpável, o que recorrentemente afirmamos: não há qualquer compromisso real com a informação, a prática geral é, pelo contrário, de desinformação, e o interesse imediato é o lucro e apenas ele, ainda que, para efetivar-se, precise usar o disfarce da produção de informações e construir para defesa própria o discurso da “liberdade de imprensa”, que, como mostra mais esse caso, nada mais é do que “liberdade de empresa”. (...) A criação de um marco regulatório para a comunicação brasileira urge também nesse sentido, para separar legalmente o que são meras empresas privadas – às quais, portanto, o princípio utilizado pela Globo poderia ser aplicado com correção – e o que são meios de comunicação, e que tipo de linha deve ser seguida nesses casos. É uma definição que não pode passar fundamentalmente por direitos comerciais dos conglomerados, mas pelos direitos da população à informação."[6]
No início do mesmo ano foi publicado por Pedro Rafael um artigo no Brasil de Fato dizendo que a "Rede Globo tem medo da internet". Segundo Pedro Rafael "já faz um tempo que a liberdade de expressão na internet tem incomodado os maiores conglomerados de mídia do país."[7]
"Os cidadãos são mantidos na ignorância por um sistema (não só de comunicação, também educacional) que ordena os fatos como convém e oculta os que interessa ocultar. A posse de veículos por políticos – algo mais generalizado no Brasil do que em outros países – decorre da origem histórica regional da imprensa, de um lado, e da estratégia montada pelas redes que se instalaram no Brasil com modelos e patrocínio estrangeiro, em particular a Rede Globo: ela assegurou sua hegemonia ao articular-se com as oligarquias regionais preexistentes, de que se originam (ou que representam), em sua maioria, os políticos que chegam ao congresso."[8]
– Em "A grande imprensa é um instrumento de dominação multinacional: Entrevista com Nilson Lage"
Em janeiro de 2005 Lílian de Macedo e Valtemir Rodrigues publicaram um artigo destacando os problemas causados à imprensa após a associação dos conglomerados brasileiros, o Grupo Folha e Universo Online (UOL) ao Portugal Telecom. Segundo a opinião dos jornalistas "a fusão do Grupo Folha e Universo On Line (UOL), formando o segundo conglomerado de mídia do Brasil, altera o panorama da comunicação e do jornalismo do país, afirmam especialistas. Com o negócio, a empresa de telefonia Portugal Telecom passa a ter 21,09% de participação, mas o controle acionário continua com a família Frias, do Grupo Folha, com 78,81%." Segundo o jornalista e editor do site Observatório da Imprensa, Alberto Dines:
"[O] negócio tem uma dimensão jornalística que não pode ser minimizada (...) a fusão é apenas a ponta do iceberg (...) Estamos diante de um vasto conglomerado jamais visto. Não apenas pelas dimensões, mas pelas suas características. Não se trata de um novo conglomerado multimídia como a Globo, mas de um gigante pós-mídia: a produção de informações deixa de ser exclusividade de uma empresa com os compromissos inerentes à atividade jornalística e passa a ser feita por um serviço de telefonia cuja concessão tem outras finalidades (...) Como jogada empresarial a fusão pode ser espetacular, mas como compostura editorial foi, no mínimo, lamentável."
Para o sociólogo, jornalista e pós-doutor em Comunicação, Venício Lima, as fusões "bagunçam toda a lógica histórica do setor" já que a operadora de telefonia passará a ter controle sobre o jornal de maior circulação do país.
"São grupos multimídia operando além da concessão autorizada para o mercado (...) Essa é a concretização no Brasil de um movimento crescente de concentração de propriedade que ocorre no mundo inteiro".[9]
Em agosto de 2005 Jack Soifer, do Algarve (Portugal) publicou o artigo chamado "Para que manipular a mídia em Portugal?" onde não criticava um conglomerado de mídia em si, mas sim um geral:
"Assim começou meu artigo neste Observatório, em 14/12/2004. Nele descrevi como poucas famílias dominam a mídia em Portugal. OK enquanto o grupo é só de mídia, pois usa recursos de um meio para complementar outro. O problema é quando um grupo econômico que atua em cinco ou seis diferentes setores – como cortiça, supermercados, imobiliário, bancário – adquire uma TV. Ele o faz para influenciar a opinião – e assim o governo – com o objetivo de criar um quase-monopólio ou cartel num claro abuso do poder econômico. Isto leva ao corporativismo que dominou Portugal com Antonio Salazar nos idos 1930-60, e que levou Hitler a tentar dominar a Europa. Hoje a guerra usa milhões e televisão em vez de canhões e repressão. Com a mesma meta: levar todos a comprar o mesmo peixe: ontem lutas e sacrifícios, hoje cosméticos e supérfluos."[10]
– O texto foi publicado pelo site brasileiro Observatório da Imprensa
- Ao longo da quarta temporada de Revenge é visto a personagem Margaux manipulando deslealmente o próprio conglomerado de mídia para fins pessoais.[11]
Referências
- ↑ Moglen, Eben, Michael Pertschuck, and Scott Sherman, (1999). "Editorials" (Nation, 269: 18). p. 12. ISSN 0027-8378
- ↑ Glenn Halbrooks (16 de setembro de 2016). «How Media Censorship Affects the News You See». The Balance (em inglês). Consultado em 27 de março de 2017
- ↑ Saravia, 2008, pp. 158
- ↑ Maurício Stycer (2 de dezembro de 2008). «Dono de conglomerado de mídia, Berlusconi prefere responder a críticas na Justiça». mauriciostycer.ig.com.br. Consultado em 2 de setembro de 2016
- ↑ «Sobre a mídia que somos e a mídia que podemos ser». jornalismoB.com. 10 de maio de 2013. Consultado em 2 de setembro de 2016
- ↑ «Rede Globo anuncia medida polêmica sobre redes sociais online». jornalismoB.com. 3 de junho de 2013. Consultado em 2 de setembro de 2016
- ↑ Pedro Rafael (24 de janeiro de 2013). «"Rede Globo tem medo da internet"». antigo.brasildefato.com.br. Consultado em 2 de setembro de 2016
- ↑ Rennan Martins, Nilson Lage (16 de dezembro de 2014). «'Mídia corporativa é a essência do poder'». Observatório da Imprensa. Consultado em 3 de setembro de 2016
- ↑ Lílian de Macedo e Valtemir Rodrigues (5 de janeiro de 2005). «Conglomerado Folha-UOL-Portugal Telecom altera panorama da comunicação no país, dizem especialistas». memoria.ebc.com.br. Consultado em 2 de setembro de 2016
- ↑ Jack Soifer (22 de agosto de 2005). «Para que manipular a mídia em Portugal?». observatoriodaimprensa.com.br. Consultado em 2 de setembro de 2016
- ↑ «Revenge - Bait - Review:"A Step Up."» (em inglês). www.spoilertv.com. 10 de março de 2015. Consultado em 6 de setembro de 2016