Dona Anja (telenovela) – Wikipédia, a enciclopédia livre
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Dona Anja | |
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Informação geral | |
Formato | Telenovela |
Gênero | Drama Romance |
Criado por | Cristianne Fridman Yoya Wursch |
Baseado em | Dona Anja de Josué Guimarães |
Dirigido por | Roberto Talma |
Elenco | |
Tema de abertura | "Não Existe Pecado ao Sul do Equador", Ney Matogrosso |
País de origem | Brasil |
Idioma original | (Português) |
Episódios | 120 |
Produção | |
Localização | São Paulo, SP |
Câmera | Multicâmera |
Formato de imagem | 480i (SDTV) |
Duração | 50 minutos |
Empresa produtora | JPO Produções |
Exibição original | |
Emissora | SBT |
Transmissão | 9 de dezembro de 1996 – 26 de abril de 1997 |
Dona Anja é uma telenovela brasileira produzida pela JPO Produções e exibida pelo SBT entre 9 de dezembro de 1996 e 26 de abril de 1997 em 120 capítulos, substituindo Razão de Viver e sendo substituída por Os Ossos do Barão.[1] Baseada no romance Dona Anja, de Josué Guimarães, foi escrita por Cristianne Fridman e Yoya Wursch, sob direção de Luís Antônio Piá e Caco Coelho e direção geral de Roberto Talma.
Conta com Lucélia Santos, Jonas Mello, Angelina Muniz, Danton Mello, Manuela Dias, Giuseppe Oristânio, Luiz Guilherme e Sérgio Mamberti nos papéis principais.
Buscando uma obra que pudesse substituir Razão de Viver, a direção optou por adaptar o livro Dona Anja, escrito por Josué Guimarães em 1978.[2] A estratégia de apostar em uma versão deu-se pelo fato da emissora vir de uma série de telenovelas de sucesso adaptadas de livros ou de outras telenovelas antigas desde Éramos Seis (1994), aproveitando a memória efetiva do público em histórias já conhecidas e evitando assim correr o risco de apostar em uma obra inédita que fracassasse na audiência, como ocorreu com Brasileiras e Brasileiros (1990), que mesmo tendo em seu elenco Edson Celulari, Ney Latorraca, Irene Ravache e Fúlvio Stefanini não despontou.[3][4][5] Para isso foi contratado o diretor Roberto Talma, que estava descontente com os últimos trabalhos na Rede Globo e indicou a jornalista Cristianne Fridman para escrever a adaptação – que, embora nunca houvesse trabalhado na televisão antes, era vista com bons olhos pelo diretor por seu trabalho literário no Jornal do Comércio.[2]
Para abater os custos, a emissora entregou a produção da novela para a JPO Produções e as gravações começaram em novembro de 1996 na Estância da Figueira, em Camaquã, no Rio Grande do Sul.[2] Ney Matogrosso regravou "Não Existe Pecado ao Sul do Equador" para a abertura, porém substituindo partes da letra, como "vamos fazer um pecado rasgado, suado a todo vapor" por "vamos fazer um pecado safado, debaixo do meu cobertor" e a palavra "holandesa" por "lambeza".[6] Para fazer cenas em que sua personagem aparecia gorda durante a fase final da novela, Lucélia usou enchimento debaixo da roupa e truques de maquiagem no rosto.[7] A novela serviu como discussão para temas pertinentes naquele momento, como a lei do divórcio, agressão física, corrupção política e policial, múltiplos parceiros e a hipocrisia da sociedade.
Em 1977, no interior do Rio Grande do Sul, Anja (Lucélia Santos) é uma mulher criada para ser casta e religiosa, que se desilude ao encontrar seu noivo, o coronel Quineu (Jonas Mello), na cama com várias mulheres. Tomada por desejos sexuais reprimidos por anos, ela se casa e juntos abrem um bordel, onde o coronel pode se divertir com as prostitutas, enquanto ela leva para cama os jovens rapazes da cidade. No local, Anja também discursa para as mulheres sobre feminismo e prol a lei do divórcio, tendo como algozes o conservador padre Antônio (Sérgio Mamberti), que quer expulsa-la da cidade, e a primeira-dama Maria Helena (Angelina Muniz), que nunca esqueceu Quineu e odeia a rival por ter se casado com ele.
Na cidade uma guerra política é travada entre o prefeito militarista Chico Salena (Luiz Guilherme) e o vereador comunista Pedrinho (Giuseppe Oristânio), a qual atinge seus filhos, Cida (Manuela Dias) e Bruno (Danton Mello), impedidos de namorar pela rivalidade dos pais. A disputa fica mais acirrada quando Adelaide (Vera Zimmermann), rival de Maria Helena na alta sociedade, convence o marido Comerlato (Jandir Ferrari) a também concorrer à prefeitura. Ainda há a disputa de Maurinho (Pedro Vasconcelos) e Alcebíades (Maurício Branco) por Joana (Lyliah Virna), os vandalismos do rebelde Rodolfo (Gustavo Haddad) e Atalibinha (Taumaturgo Ferreira), cuja fama de ser inesquecível na cama o faz ser perseguido pelas mulheres.
Ator | Personagem |
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Lucélia Santos | Anja Guimarães Castilhos |
Jonas Mello | Coronel Quineu Castilhos |
Sérgio Mamberti | Padre Antônio |
Angelina Muniz | Maria Helena Salena |
Danton Mello | Bruno Caçapa |
Manuela Dias | Maria Aparecida Salena (Cida) |
Giuseppe Oristânio | Pedro Caçapa (Pedrinho) |
Luiz Guilherme | Chico Salena |
Vera Zimmermann | Adelaide Vilaverde |
Jandir Ferrari | Comerlato Vilaverde |
Taumaturgo Ferreira | Atalibinha Duarte |
Antônio Petrin | Delegado Ritilho Marques |
Pedro Vasconcelos | Mauro Marques (Maurinho) |
Lyliah Virna | Joana D'Arc Caçapa |
Maurício Branco | Alcebíades |
Gustavo Haddad | Rodolfo Almeida |
Sônia Lima | Isabel |
Patrícia Lucchesi | Matilde Marques |
José Rubens Chachá | Coronel Messias |
Ângela Figueiredo | Romilda |
Rosaly Papadopol | Olga |
Sofia Papo | Iara Almeida |
Miguel Magno | Neco |
Neco Vila Lobos | Orozimbo |
Núbia Ólliver | Rosaura |
Isabela Coimbra | Regiane |
Paola Bettega | Vera |
Nilza Monteiro | Cenira |
Kátia Reis | Eugênia |
Ator | Personagem |
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Cláudio Mamberti | General |
Andrea Guerra | Chola |
Paulo Márcio | Edmilson |
- "Não existe pecado ao sul do Equador" - Ney Matogrosso
- "Meu grande amor" - Tim Maia
- "Do fundo do meu coração" - Erasmo Carlos
- "Debaixo dos caracóis dos seus cabelos" - Caetano Veloso
- "Aparências" - Fafá de Belém
- "Sabor de mim"
- "Smile"
Referências
- ↑ Mariana Scalzo (9 de dezembro de 1996). «"Dona Anja" estréia hoje no SBT falando sobre sexo». Folha de S.Paulo. Consultado em 20 de julho de 2015
- ↑ a b c «Lucélia Santos vive uma mulher insaciável em 'Dona Anja'». Folha de S.Paulo. 9 novembro de 1996. Consultado em 19 de dezembro de 2017
- ↑ Schwartsman, Annette (28 de novembro de 1993). «Osmar Prado vira Hitler e assina contrato com SBT». Folha de S.Paulo. Consultado em 26 de dezembro de 2013
- ↑ Blecher, Nelson (13 de dezembro de 1993). «Vice-líder, SBT parte para a produção de novelas». Folha de S.Paulo. Consultado em 26 de dezembro de 2013
- ↑ Tavares, Helena (4 de dezembro de 1993). «Novela da Tupi é a novidade do SBT». Jornal do Brasil. Consultado em 26 de dezembro de 2013
- ↑ «"Dona Anja" copia mal pornochanchada e Globo dos anos 70». Folha de S.Paulo. 11 dezembro de 1996. Consultado em 19 de dezembro de 2017
- ↑ «Trama faz Lucélia chegar a 100 kg». Folha de S.Paulo. 8 dezembro de 1996. Consultado em 19 de dezembro de 2017