Traumatizada pela morte de Gilles Villeneuve, a Fórmula 1 chegou à quadragésima edição do Grande Prêmio de Mônaco sem que o vencedor de 1981 estivesse presente no circuito e assim a Ferrari inscreveu apenas o carro de Didier Pironi para a disputa. No domingo os pilotos alinharam no grid e quando largaram, o francês René Arnoux fez valer a pole position e manteve o primeiro lugar à frente de Bruno Giacomelli e Riccardo Patrese com Alain Prost, Didier Pironi e Andrea de Cesaris completando a relação dos ponteiros, entretanto uma ultrapassagem de Prost sobre Patrese colocou a outra Renault em excelsa posição quando Giacomelli abandonou por quebra de semieixo logo na terceira volta.[2] Após quinze giros, Arnoux cometeu um erro, rodou nos "esses da Piscina", entregou a liderança a Alain Prost e obstruiu parcialmente a pista com o motor apagado até abandonar o carro.[5] Sobre o novo líder da prova, o mesmo estava a mais de cinco segundos de Patrese, diferença alterada ao sabor do tráfego nas estreitas ruas de Montecarlo. Graças a tais ingredientes, eis que Prost, Patrese e Pironi lutavam pelo primeiro lugar, embora o francês tenha sido prejudicado ao perder parte do aerofólio dianteiro de sua Ferrari num toque com a Lotus do retardatário Elio de Angelis.[6]
Graças ao equilíbrio de seu carro, a potência de seu turbo e uma inesperada confiabilidade, Alain Prost desvencilhou-se de Riccardo Patrese abrindo quase nove segundos de vantagem à medida que o número de voltas diminuía. Para a sorte da Brabham, o dano sofrido por Didier Pironi ao tocar o bólido de Elio de Angelis impediu o francês de ameaçar Patrese enquanto uma sucessão de quebras reduziu à metade os carros na pista. Após a sexagésima volta, os corredores reduziram o ritmo por conta da chuva,[7] a qual mesmo leve exigiu prudência na ultrapassagem de retardatários. Cauteloso, Alain Prost viu sua Renault rodar e bater na mureta à saída da Chicane do Porto quando executaria mais uma ultrapassagem sobre a Arrows de Marc Surer a menos de três voltas para o fim da corrida. Ato contínuo, Patrese assumiu a liderança, no entanto o mesmo rodou na penúltima volta quando descia a curva Loews. Como estava em um declive, os fiscais liberaram a pista ao empurrarem seu carro e o mesmo pegou no tranco, mas várias posições foram perdidas. Na volta final Didier Pironi assumiu a liderança e reduziu a velocidade a fim de não sofrer um acidente, mas uma falha no sistema de ignição da Ferrari o fez parar dentro do túnel para desespero de um fiscal que levou as mãos à cabeça e como se não bastasse, outros candidatos ao primeiro lugar ficaram pelo caminho: Andrea de Cesaris estacionou sua Alfa Romeo na subida da Beau Rivage por falta de gasolina enquanto a Williams de Derek Daly parou com avarias no câmbio e também sem o aerofólio traseiro.[5]
Nota: Somente as primeiras cinco posições estão listadas. Entre 1981 e 1990 cada piloto podia computar onze resultados válidos por temporada não havendo descartes no mundial de construtores.
Notas
↑Nelson Piquet e Riccardo Patrese usaram motores BMW nas provas da África do Sul, Bélgica, Países Baixos, Grã-Bretanha, França, Alemanha, Áustria, Suíça, Itália e Las Vegas. Nas corridas do Brasil e do Oeste dos EUA ambos correram com motores Ford, sendo que a Brabham não disputou o GP de San Marino. Fato curioso, porém, ocorreu nas provas de Mônaco, Detroit e Canadá, onde Piquet correu com a chancela da BMW e Patrese utilizou propulsores Ford.
↑Voltas na liderança: René Arnoux 14 voltas (1-14), Alain Prost 59 voltas (15-73), Riccardo Patrese 2 voltas (74;76), Didier Pironi 1 volta (75).