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Isospin – Wikipédia, a enciclopédia livre

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Na Física, isospin (termo derivado de isotopic spin ou isobaric spin) é um termo criado em 1961 que representa um número quântico relacionado às forças fortes no estudo das partículas elementares.

Esta teoria apareceu a partir da constatação de que o próton e o nêutron possuem o mesmo spin (1/2), praticamente a mesma massa, mas possuem cargas elétricas diferentes (+1 e 0). E também que a força de atração que une essas partículas no núcleo atômico é insensível à carga.

O conceito de isospin já foi superado pela cromodinâmica quântica (QCD), porém ele continua a ser bastante usado na física de partículas experimental.

{\displaystyle a_{p}^{\dagger }}, cria um próton
{\displaystyle a_{n}^{\dagger }}, cria um nêutron
{\displaystyle a_{p}}, destrói um próton
{\displaystyle a_{n}}, destrói um nêutron

Os operadores isospin são definidos assim:

{\displaystyle \tau _{0}={\frac {1}{2}}(a_{p}^{\dagger }a_{p}-a_{n}^{\dagger }a_{n})=Q-{\frac {1}{2}}B}
{\displaystyle \tau _{+}=a_{p}^{\dagger }a_{n}}, transforma um nêutron num próton
{\displaystyle \tau _{-}=a_{n}^{\dagger }a_{p}}, transforma um próton num nêutron.

O termo isospin deriva do fato de os operadores isospin {\displaystyle \tau _{0}}, {\displaystyle \tau _{+}} e {\displaystyle \tau _{-}} possuírem uma relação de comutação similar à do momento angular ([1], cap. 5):

{\displaystyle [\tau _{0},\tau _{+}]=\tau _{+}},
{\displaystyle [\tau _{0},\tau _{-}]=-\tau _{-}},
{\displaystyle [\tau _{+},\tau _{-}]=2\tau _{0}}.

As 'rotações' correspondentes formam um grupo de Lie, conhecido como o grupo isospin.

A consequência disso é que a teoria desenvolvida para o momento angular pode ser rapidamente adaptada para resolver problemas ligados ao isospin.

Semelhante ao caso dos núcleons (próton e nêutron), outras partículas podem ser agrupadas nos assim chamados multipletos ([2], pag. 45):

dubleto-nucleon: {\displaystyle (p,n)}
tripleto-píon: {\displaystyle (\pi ^{+},\pi ^{0},\pi ^{-})}
quadrupleto-delta: {\displaystyle (\Delta _{++},\Delta _{+},\Delta _{0},\Delta _{-})}
etc.

Por conseguinte, a teoria desenvolvida para o primeiro caso pode ser facilmente adaptada aos outros grupos.

A invariância isospin pode explicar, por exemplo, por que as duas formas de decaimento da partícula {\displaystyle \Delta ^{+}} ocorrem com uma frequência 2:1 e não como intuitivamente seria esperado 1:1.

{\displaystyle \Gamma (\Delta ^{+}\rightarrow n\pi ^{+}):\Gamma (\Delta ^{+}\rightarrow p\pi ^{0})=1:2}

[1] Harry J. Lipkin, Lie Groups for Pedestrians (2002) Dover Publications.
[2] G. 't Hooft et al, Lie Groups in Physics (2007) Utrecht University