Mário Tilico – Wikipédia, a enciclopédia livre
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Informações pessoais | ||
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Nome completo | Mário de Oliveira Costa | |
Data de nasc. | 23 de março de 1965 (59 anos) | |
Local de nasc. | Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil | |
Nacionalidade | brasileiro | |
Altura | 1,75 m | |
Pé | destro | |
Informações profissionais | ||
Clube atual | Ação FC | |
Posição | treinador e ex-ponta-direita | |
Clubes profissionais | ||
Anos | Clubes | Jogos (golos) |
1985–1986 1986 1987 1987–1988 1988–1991 1991 1992 1992–1993 1993–1994 1994 1994 1994–1995 1995–1996 1996–1998 1998 1998 1999–2000 2000 2001 |
Vasco da Gama → CSA (emp.) Vasco da Gama Náutico São Paulo → Cruzeiro (emp.) → Cádiz (emp.) Marbella Atlético de Madrid → Fluminense (emp.) Cruzeiro Braga León União de Leiria Al-Ittihad Paraná Juventude Americano Cabofriense |
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Times/clubes que treinou | ||
2004 2005–2006 2007 2009 2010 2011 2019–2022 2023 |
Al-Ahli Remo Ulbra River Marinho CSA Comercial-MS Ação FC |
Mário de Oliveira Costa, mais conhecido como Mário Tilico (Rio de Janeiro, 23 de março de 1965), é um ex-futebolista brasileiro que atuava como ponta-direita.[1]
Ele começou nas categorias de base do Vasco[2], clube que seu pai, de quem herdou o apelido[3][4], defendera. Ele sempre assistia aos treinos do infantil, até que um dia chamaram-no para completar um dos times, e ele não perdeu a oportunidade.[3]
Em 1986, foi emprestado ao América de Rio Preto para o Campeonato Paulista, mas disputou apenas seis jogos, por causa de uma contusão.[5] Em seguida, foi emprestado por um ano ao CSA, de Alagoas[4][6], e, ao voltar, já em 1987[5], percebeu que não teria espaço e pediu para ser vendido ao Náutico.[2] "O Mauricinho era o titular, e eu não jogaria nunca", justificaria, anos depois.[2]
No Náutico, onde chegou no início de 1987, Tilico destacou-se[4], com doze gols no Campeonato Pernambucano de 1987 e outros doze na edição de 1988, além de quatro gols no Módulo Amarelo da Copa União, além de ter sofrido doze pênaltis.[5] De todos esses gols, seis foram em Leão, goleiro do Sport, o que levou o ex-goleiro, quando assumiu o Guarani como técnico (cargo que não chegaria a manter), a pedir sua contratação, mas a diretoria bugrina achou o valor muito alto.[5]
Foi contratado pelo São Paulo em 19 de setembro de 1988[5] por 140 milhões de cruzados[7], por indicação do técnico Cilinho,[8] para substituir Müller, vendido meses antes para o Torino, da Itália.[3] A 140 milhões de cruzados, mais o passe de Newton[5], foi à época a maior transação do futebol brasileiro, apesar de Tilico ser um relativo desconhecido.[3] A diretoria são-paulina chegara a fazer uma oferta ao Atlético Mineiro pelo passe do ponta Sérgio Araújo, mas não conseguiu fechar negócio, e um diretor explicou por que o clube optou por Tilico para a posição: "Ele é um jogador de muiro mais explosão do que o Sérgio, e é disso que o São Paulo está precisando."[5] Ao ser apresentado, Tilico declarou que sonhava chegar à Seleção, "como todo jogador", e que no São Paulo seu futebol iria "aparecer mais".[5]
No Morumbi demorou a engrenar e foi até perseguido pela torcida no início, pela fama de supostamente sempre buscar a jogada mais difícil.[8] "Chamaram-me de bonde e de burro", lembraria meses mais tarde. "Disseram que eu não sabia driblar e até fui acusado de ser grande demais para um ponta."[2] Durante o Campeonato Paulista de 1989 foi questionado no vestiário pelo goleiro Gilmar depois de uma derrota para o Santos por 2 a 1: "Você jogou a toalha!"[3] Sua resposta veio aos berros: "Vamos ver quem jogou a toalha!"[3] A partir daí seu futebol cresceu: ele foi importante em vitórias como a sobre a Internacional de Limeira, na segunda fase[3], e marcou gols decisivos contra o Guarani e o Bragantino, o segundo o chamado "gol espírita".[9]
Foi reserva na campanha do título do Campeonato Brasileiro de 1991, mas marcou o único gol das finais, no jogo de ida.[8][10][11] Emprestado ao Cruzeiro após o Brasileiro, teve uma grande atuação[12] na final da Supercopa Libertadores, com dois dos três gols que deram o título ao clube mineiro sobre o River Plate, da Argentina: com a derrota no jogo de ida, em Buenos Aires, por 2 a 0, o Cruzeiro precisava ganhar por três gols de diferença para levar o campeonato e fez 3 a 0 no Mineirão.[13]
Vencido o empréstimo no fim do ano, o Cruzeiro tentou comprar o passe do jogador, mas não chegou a um acordo com o São Paulo.[14][15] Tilico achava que sua atuação na Supercopa faria com que ele voltasse como titular ao São Paulo[16], e ele desentendeu-se com o técnico Telê Santana por causa disso.[17] "O Telê me queria apenas como opção, para resolver as partidas no segundo tempo", reclamou. "Eu já penso diferente, porque tenho futebol para ser titular."[17] Ele não vinha treinando no São Paulo e considerava boa uma mudança definitiva para Belo Horizonte.[14] Embora o Racing, da Argentina, e o Palmeiras tenham demonstrado interesse pelo jogador, ele acabou emprestado para o Cádiz, da Espanha, com o preço do passe fixado.[17] Os espanhóis pagaram cinquenta mil dólares pelo empréstimo.[18] O Palmeiras mais uma vez demonstrou interesse em junho, e poderia ceder Evair, então afastado do elenco, em troca[19], mas àquela altura já era mais provável que Tilico ficasse na Espanha, tanto é que para a temporada de 1992–93 transferiu-se para o Marbella.
No ano seguinte, foi para o Atlético de Madrid, de onde seria emprestado ao Fluminense para o Campeonato Carioca de 1994.[20] "Nosso time vai levar o título",[21] proferiu, confiante, ao chegar ao Rio de Janeiro, mas o Fluminense acabou na terceira posição. Seguiu de volta para o Cruzeiro, que defendeu no Brasileiro de 1994[22], e em seguida peregrinou por Sporting Braga, de Portugal, e Leon, do México, em 1995, União de Leiria, também de Portugal, entre 1996 e 1997, e Al-Ittihad, da Arábia Saudita, em 1998, voltando ao Brasil para jogar pelo Juventude em 1999. Já não tinha a velocidade do início da década, mas ainda era considerado "perigoso no ataque".[23]
Seu primeiro trabalho após pendurar as chuteiras foi como auxiliar-técnico de Flávio Campos no 15 de Novembro de Campo Bom, nos anos de 2002 e 2003. Ainda continuou como auxiliar de Flávio no Esportivo de Bento Gonçalves.
Depois Tilico seguiu carreira solo como treinador no Al-Ahli, da Arábia Saudita, no Remo e no Ulbra.
Em 2007 retomou como auxiliar-técnico de Flávio Campos, agora no Juventude e no Remo.
Voltou a treinar no Ríver, do Piauí, e em 2010 assumiu o Marinho, das divisões inferiores do Rio de Janeiro.
Em seguida foi novamente auxiliar técnico de Flávio Campos, no Sampaio Corrêa, e em 2011 teve uma passagem pelo CSA, de Alagoas[6].
Em janeiro de 2018, assumiu o Comercial-MS no campeonato Sul-Mato-Grossense.[24]
No final de 2019, foi contratado para dirigir o Olímpia-SP na disputa da Série A3 do Campeonato Paulista de 2020.[25][26] Um mês depois deixou o clube, antes do início da Série A3.[27][28]
- São Paulo
- Cruzeiro
- Juventude
- CSA
- Campeonato Alagoano: 1985
- Vasco da Gama
- Campeonato Carioca: 1987
- Taça Guanabara: 1986, 1987
- União de Leiria
Referências
- ↑ «Que fim levou? MÁRIO TILICO... Ex-ponta-direita do São Paulo». Terceiro Tempo. Consultado em 27 de maio de 2024
- ↑ a b c d Ari Borges (23 de junho de 1989). «Tilico, o ex-bonde vira craque». O Estado de S. Paulo. São Paulo: S.A. O Estado de S. Paulo. 19 páginas
- ↑ a b c d e f g Edson Rossi (7 de julho de 1989). «Virada total». Placar (994). São Paulo: Editora Abril. pp. 20–21
- ↑ a b c Abril, Editora (13 de julho de 1987). Placar Magazine. [S.l.]: Editora Abril
- ↑ a b c d e f g h «Mário Tilico, que 'estourou no Norte', chega com frio.». Popular da Tarde (6 139). São Paulo: Empresa Jornalística Diário Popular. 20 de setembro de 1988. p. 5
- ↑ a b «Futebol Nordestino » Tchau, Lino; bem-vindo, Tilico » Arquivo». ge.globo.com. Consultado em 24 de março de 2024
- ↑ Abril, Editora (30 de setembro de 1988). Placar Magazine. [S.l.]: Editora Abril
- ↑ a b c Alexandre da Costa (2005). Almanaque do São Paulo Placar. [S.l.]: Editora Abril. 415 páginas
- ↑ «A rotina dos anos 80». Placar (1 020). São Paulo: Editora Abril. 29 de dezembro de 1989. 22 páginas
- ↑ «O time que quase não existiu: como nasceu o São Paulo de Telê | ge.globo». Globoesporte. 9 de junho de 2021. Consultado em 24 de março de 2024
- ↑ Abril, Editora (novembro de 1993). Placar Magazine. [S.l.]: Editora Abril
- ↑ Henrique Ribeiro (2007). Almanaque do Cruzeiro. [S.l.: s.n.] 381 páginas
- ↑ «Supercopa 1991: os 30 anos do título que reabriu as portas para conquistas internacionais do Cruzeiro». ge. 20 de novembro de 2021. Consultado em 24 de março de 2024
- ↑ a b «Mário Tilico deve ter seu passe negociado». O Estado de S. Paulo. São Paulo: S.A. O Estado de S. Paulo. 4 de fevereiro de 1992. pp. 3, caderno de Esportes
- ↑ Abril, Editora (fevereiro de 1992). Placar Magazine. [S.l.]: Editora Abril
- ↑ Abril, Editora (fevereiro de 1992). Placar Magazine. [S.l.]: Editora Abril
- ↑ a b c «Mário Tilico acerta com o Cadiz». O Estado de S. Paulo. São Paulo: S.A. O Estado de S. Paulo. 5 de fevereiro de 1992. pp. 2, caderno de Esportes
- ↑ «Cafu volta ao time contra o Atlético MG». O Estado de S. Paulo. São Paulo: S.A. O Estado de S. Paulo. 12 de fevereiro de 1992. pp. Esportes, p. 3
- ↑ «Evair é o centroavante dos sonhos». Jornal da Tarde. São Paulo: S.A. O Estado de S. Paulo. 2 de junho de 1992. 21 páginas
- ↑ «Torcida já ri à toa com os cracões». Placar (1 091). São Paulo: Editora Abril. Fevereiro de 1994. pp. 26–27
- ↑ Abril, Editora (fevereiro de 1994). Placar Magazine. [S.l.]: Editora Abril
- ↑ Abril, Editora (setembro de 1994). Placar Magazine. [S.l.]: Editora Abril
- ↑ «No mundo adulto». Placar (1 153). São Paulo: Editora Abril. Julho de 1999. pp. 62–65. ISSN 1415-2401
- ↑ «Mario Tilico fala da expectativa para estrear no comando do Comercial no estadual». ge. 15 de janeiro de 2018. Consultado em 24 de março de 2024
- ↑ «Treinador deixa o Olímpia, e ex-jogador do São Paulo assume time na Série A3». ge. 18 de dezembro de 2019. Consultado em 24 de março de 2024
- ↑ «Mário Tilico destaca experiência como ex-jogador e diz se espelhar em Cilinho». ge. 20 de dezembro de 2019. Consultado em 24 de março de 2024
- ↑ «Mário Tilico deixa cargo após um mês, e Olímpia anuncia terceiro técnico antes do início da Série A3». ge. 11 de janeiro de 2020. Consultado em 24 de março de 2024
- ↑ «Briga causa demissão de Mário Tilico e terceira troca de técnico em 47 dias no Olímpia». ge. 14 de janeiro de 2020. Consultado em 24 de março de 2024
- ↑ Nascimento, Pedro Henrique Ciorlia (2 de julho de 2020). «Há 31 anos, São Paulo conquistava o Paulistão após final contra surpresa do interior». Gazeta Esportiva. Consultado em 2 de março de 2024
- ↑ Teixeira, Iuri Furtado Medeiros (15 de dezembro de 2021). «São Paulo celebra 30 anos da conquista do Campeonato Paulista de 1991». Gazeta Esportiva. Consultado em 29 de março de 2024