Orós – Wikipédia, a enciclopédia livre
Orós | |
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Município do Brasil | |
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Hino | |
Lema | Oásis do Sertão |
Gentílico | oroense[1] |
Localização | |
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Localização de Orós no Brasil | |
Mapa de Orós | |
Coordenadas | 6° 14′ 38″ S, 38° 54′ 50″ O |
País | Brasil |
Unidade federativa | Ceará |
Municípios limítrofes | Norte: Jaguaribe, Leste e Sul: Icó, Oeste: Iguatu e Quixelô |
Distância até a capital | 344 km |
História | |
Fundação | 1 de setembro de 1957 (67 anos) |
Administração | |
Prefeito(a) | Tereza Cristina Alves Pequeno[2] [3] (PSB, 2025–2028) |
Características geográficas | |
Área total [4] | 576,526 km² |
População total (IBGE/2024[5]) | 20 019 hab. |
Densidade | 34,7 hab./km² |
Clima | semiárido |
Altitude | 184 m |
Fuso horário | Hora de Brasília (UTC−3) |
Indicadores | |
IDH (PNUD/2010[6]) | 0,636 — médio |
PIB (IBGE/2021[7]) | R$ 218 899 304 mil |
PIB per capita (IBGE/2021[7]) | R$ 10 256 74 |
Orós é um município do estado do Ceará, localizado na microrregião de Iguatu, pertencente à mesorregião do Centro-Sul Cearense. Fundado em 1957, o município possui uma população estimada de 20.019 habitantes segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e uma área territorial de 576,53 km².
A cidade é conhecida por abrigar o Açude Orós, o segundo maior reservatório do estado, superado apenas pelo Açude Castanhão. Além disso, é a terra natal do renomado cantor e compositor brasileiro Raimundo Fagner, uma das figuras mais icônicas da MPB.
A palavra Orós aparece nos livros de registros das Datas e Sesmarias do Ceará em 1732, quando falam de um "riacho que vai se meter no Oró", e em 1736, do "sítio dos Horós"[carece de fontes].
Orós, no sufixo grego universal, significa montanhas[carece de fontes]. Vem dele o nome orografia, para descrever montanhas, e orologia, a gênese das mesmas[carece de fontes]. Apesar do município ter cordilheiras vastas que formam vales e boqueirões, admitir-se que seu nome tenha origem aí é suposição sem base, sobretudo quando inexistem outros topônimos cearenses com derivação semelhante.[8]

Suas origens estão vinculadas ao chamado Boqueirão do Orós, local tecnicamente estudado e aprovado como propício à construção de um monumental reservatório hídrico (século XIX)[carece de fontes]. Não obstante esses referenciais, tem-se como pioneirismo o estabelecimento de fazendas, ainda no começo do mesmo século, pela família dos Monte e Silva, em conflito territorial com a família Feitosa[carece de fontes].
Independente dessas origens consta evidentemente como povoadoras do conflitante território famílias representadas por Patrícios, Matineiros e Nunes da Costa, egressos do sítio Saco da Onça, nas águas do Rio Estreito e local onde seria construído o açude Lima Campos[carece de fontes]. Essa nova ocupação, exatamente onde seria fundada a povoação de Orós, teve como referencial de posse das quais foram proprietária a senhorinha Dias Bastos e repassadas em operação de compra e venda aos recém-primeiros ensaios de povoamento, fundamentado em casas de moradia, cultivos agrícolas, casa-de-farinha e produção de cal[carece de fontes].
No limiar dos anos de 1920, tendo como Presidente da República o paraibano Epitácio Pessoa, saiu do casulo o projeto de construção do pré-falado reservatório de água, objetivando combater as grandes secas da região. Houve como empreiteira a firma norte-americana Dwight P. Robson[9]. Atraídos pela breve realização de obras tão importantes, grande número de pretensos operários acercou-se do local, na perspectiva de emprego, fato que concorreu para a formação do rápido povoamento [carece de fontes] .
Em nome do empreendimento, que afinal de contas abortaria, construiu-se por conta da empresa o respectivo canteiro de obras, deste constando dezesseis casas de apoio administrativo, o edifício conhecido por Casa dos Hóspedes, um Hospital e a casa geradora de energia elétrica, além do ramal ferroviário via Iguatu[carece de fontes]. Foi justamente nessa fase que o aqueduto que ligaria o rio Jaguaribe ao rio denominado Estreito, perenizando este em favor do sistema irrigatório[carece de fontes]. Tudo isso, finalmente, concorreu em prol da formação do povoado e na ocupação das terras de Orós, tendo-se por acréscimo as empresas F. Holanda e João Brasil Montenegro, respondendo este pela primeira indústria de beneficiamento de algodão em termos regionais[carece de fontes].
A história administrativa de Orós começou com sua configuração como distrito do município de Icó, conforme o Decreto Estadual nº 1.156, de 4 de dezembro de 1933. Essa condição permaneceu nas divisões territoriais até 1º de julho de 1955.
Em 15 de setembro de 1956, a Lei Estadual nº 3.338 elevou Orós à categoria de município, desmembrando-o de Icó. A sede municipal ficou estabelecida no antigo distrito de Orós, com a inclusão dos distritos de Guassussê e Igarói, também desmembrados de Icó. A instalação oficial ocorreu em 25 de março de 1959.
Na divisão territorial datada de 1º de julho de 1960, o município era composto por três distritos: Orós, Guassussê e Igarói. Essa estrutura permaneceu até 31 de dezembro de 1963. Com a promulgação da Lei Estadual nº 7.168, de 14 de janeiro de 1964, foi criado o distrito de Palestina, anexado ao município.
A divisão territorial de 31 de dezembro de 1968 indicava quatro distritos: Orós, Guassussê, Igarói e Palestina, assim permanecendo em divisão territorial datada de 1988.
Em 18 de junho de 1991, a Lei Municipal nº 03 criou o distrito de Santarém, a partir do antigo povoado, também anexado ao município.
Na divisão territorial de 1995, o município passou a ser oficialmente constituído pelos cinco distritos atuais: Orós, Guassussê, Igarói, Palestina e Santarém.
Os Trapalhões e o Mágico de Oróz é um filme brasileiro de 1984, do gênero comédia infantil, dirigido por Victor Lustosa e Dedé Santana e estrelado pela trupe humorística Os Trapalhões[carece de fontes]. Foi realizado por Renato Aragão Produções em parceria com DeMuZa Produções. O filme é uma paródia do conto O Mágico de Oz[carece de fontes].
Didi (Renato Aragão), um sertanejo humilde que padecia fome e sede devido à seca no nordeste brasileiro, segue sem rumo com seus companheiros Soró (Arnaud Rodrigues) e Tatu (José Dumont) em busca de melhores condições de vida. Pelo caminho, Didi encontra mais três novos companheiros: o Espantalho (Zacarias), a quem salvou de um bando de Carcarás e que desejava conseguir um cérebro para se tornar uma pessoa comum; o Homem-de-lata (Mussum), que desejava um coração para completar sua felicidade; e o Leão (Dedé Santana), que era o delegado covarde de Oróz e inicialmente lutou contra Didi, mas depois juntou-se ao grupo com o objetivo de levar água para a cidade. O Leão desejava livrar-se de sua covardia. Até que encontram no deserto o lar do Mágico de Oróz (Dary Reis). Este os aconselha a buscarem um monstro de metal que jorra água pela boca, a fim de resolverem o problema da sêca, e a nunca desistirem de conseguir o que desejam. Após enfrentarem e derrotarem, com a ajuda do Mágico de Oróz, o malvado Coronel Ferreira (Maurício do Valle), que comercializava a pouca água dos açudes de Oróz, são levados pelo Mágico e seus poderes à Cidade do Rio de Janeiro, onde conseguem encontrar o procurado "monstro" (que na verdade era uma torneira gigante) e com mais uma ajuda do Mágico o levaram até à cidade de Oróz, que os recebeu em festa. Mas os quatro amigos não sabiam que uma torneira separada de seu encanamento não podia fornecer água, e quando descobriram isto a população da cidade se revoltou e o prefeito os condenou à morte. Perto do fim, Didi convence os seus companheiros a terem fé que a chuva cairia e os salvaria, e dizendo as frases "Vamos todos pensar firme, vamos todos pensar forte, pra cair um pingo d'água e mudar a nossa sorte", fazem o milagre acontecer: a chuva cai e o "monstro" finalmente jorrou água por sua boca. E toda a cidade festeja, e os três companheiros de Didi se tornam seres humanos normais, o que mais desejavam conseguir. O filme termina com uma mensagem escrita na tela, feita pelos Trapalhões aos governantes brasileiros, dizendo: "E choveu. Que a chuva que molhou o sofrido chão do nordeste não esfrie o ânimo de nossas autoridades na procura de soluções para a seca"[carece de fontes].
Raimundo Fagner Cândido Lopes, mais conhecido como Fagner, é um renomado cantor, compositor, instrumentista, ator e produtor brasileiro, integrante do movimento cultural conhecido como Pessoal do Ceará.
O mais jovem dos cinco filhos de José Fares Lopes, imigrante libanês, e de Francisca Cândido Lopes, Fagner nasceu em Fortaleza, mas foi registrado no município de Orós, local onde passou passou sua infância, e o início de sua juventude e ainda visita regularmente. Ao longo de sua carreira, seu nome tem figurado entre os maiores da música latina, tendo colaborado com artistas internacionais, como a argentina Mercedes Sosa - como também se consolidou como um símbolo de orgulho para a população oroense.
Em reconhecimento à importância de sua família e à sua trajetória, diversos marcos no município homenageiam Fagner e sua familia: uma importante avenida do município de Orós homenageia seu pai, José Fares Lopes; no distrito de Santarém, um ginásio poliesportivo foi batizado com o nome de Fagner; e uma importante rodovia que liga Orós a esse distrito leva o nome de sua mãe, Francisca Cândido Lopes, natural de Santarém. Além disso, o município abriga a sede da Fundação Social Raimundo Fagner, criada em 2000 para auxiliar jovens em situação de vulnerabilidade social por meio da música e das artes cênicas.


O Açude de Orós ou Açude Presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira está localizado no leito do rio Jaguaribe, na região centro-sul do Ceará. Sua história remonta à época do Brasil Império, quando várias secas se sucederam dizimando um número grande de pessoas e animais [10]. Represar o rio Jaguaribe e fazê-lo perene surgiu como a alternativa mais viável para o solucionar o problema da escassez de água no sertão cearense[carece de fontes][2]. No entanto, esta ideia só foi colocada em prática no século XX[carece de fontes]. Ao ser construído, esse reservatório chegou a inundar vilarejos próximos ao leito do rio, dentre eles o mais famoso: Conceição do Buraco. Foi construído pelo DNOCS, tendo suas obras concluídas em 1961[carece de fontes].[3]
Sua capacidade é de 2.100.000.000 m³, o que o coloca como o segundo maior[carece de fontes] reservatório do estado. Foi o maior até a construção do Açude Castanhão em 2003[carece de fontes].
Referências
- ↑ [1]
- ↑ «Simão Pedro, do PSD, é eleito prefeito de Orós no 1º turno». G1. Consultado em 1 de janeiro de 2024
- ↑ «Prefeito eleito de cidade do Ceará toma posse como deputado; mãe dele vai assumir prefeitura». G1. Consultado em 1 de janeiro de 2024
- ↑ IBGE (10 de outubro de 2002). «Área territorial oficial». Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Consultado em 5 de dezembro de 2010
- ↑ Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (29 de agosto de 2024). «Orós». Consultado em 15 de setembro de 2024
- ↑ «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil». Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2010. Consultado em 15 de setembro de 2024
- ↑ a b «Produto Interno Bruto dos Municípios 2004-2008». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 11 de dezembro de 2010
- ↑ Livro A história do Município de Orós, de autoria do Dr. João Maia Nogueira
- ↑ Pearse, Arno S. "Cotton in North Brazil - Ceará, Maranhão e Pará". Manchester - England. INTERNATIONAL FEDERATION OF MASTER COTTON SPINNERS & MANUFACTURERS' ASSOCIATIONS. 1923
- ↑ https://www.portalodia.com/blogs/chico-miguel/as-grandes-secas-do-nordeste,-sec,xix-e-xx-222787.html