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Santana de Parnaíba – Wikipédia, a enciclopédia livre

  • ️Sun Jul 01 1973

 Nota: Não confundir com Parnaíba.

Santana de Parnaíba

Município do Brasil
Hino
Lema Patriam feci magnam
"Fiz grande a Pátria"
Gentílico parnaibano
Localização
Localização de Santana de Parnaíba em São Paulo
Localização de Santana de Parnaíba em São Paulo
Localização de Santana de Parnaíba em São Paulo

Santana de Parnaíba está localizado em: Brasil

Santana de Parnaíba

Localização de Santana de Parnaíba no Brasil

Mapa

Mapa de Santana de Parnaíba
Coordenadas 23° 26′ 38″ S, 46° 55′ 04″ O
País Brasil
Unidade federativa São Paulo
Região metropolitana São Paulo
Municípios limítrofes
Norte: Pirapora do Bom Jesus, Cajamar
Leste: São Paulo
Sul: Barueri, Itapevi
Oeste: Araçariguama
Distância até a capital 42 km[1]
História
Fundação 14 de novembro de 1580 (444 anos)
Administração
Prefeito(a) Elvis Cezar (Republicanos, 2025–2028)
Características geográficas
Área total [2] 179,949 km²
População total (Censo 2022[3]) 154 105 hab.
Densidade 856,4 hab./km²
Clima subtropical (Cwa)
Altitude 719 m
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
CEP 06500-000 até 06549-999
Indicadores
IDH (PNUD/2010[4]) 0,814 muito alto
PIB (IBGE/2021[5]) R$ 11 544 903,483 mil
PIB per capita (IBGE/2021[5]) R$ 79 579,96
Sítio santanadeparnaiba.sp.gov.br (Prefeitura)
camarasantanadeparnaiba.sp.gov.br (Câmara)

Santana de Parnaíba é um município brasileiro do estado de São Paulo, localizado na Zona Oeste da Região Metropolitana de São Paulo.[6] Fundada por Susana Dias em 1580, nas adjacências do Rio Tietê, é uma das cidades mais antigas do estado e do Brasil, sendo berço das expedições e do Bandeirante Domingos Jorge Velho e o cientista Warwick Estevam Kerr, e considerada um patrimônio histórico do Brasil devido à sua rica história, arquitetura colonial, cultura e conjunto arquitetônico preservado.[7]

Santana de Parnaíba e seu Centro Histórico são conhecidos pela sua arquitetura colonial portuguesa, com casas, sobrados, casarões, igrejas e monumentos históricos (muitos dos quais erguidos a taipa de pilão e pau a pique)[8] que datam do século XVII até o século XIX, e a cidade possui o único conjunto arquitetônico de origem colonial preservado da região metropolitana e um dos maiores do estado.[7][9] Sua riqueza e diversidade de construções coloniais garantiram-lhe reconhecimento por parte do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (CONDEPHAAT) e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), que tombaram o Centro Histórico, com suas mais de 209 dificações.[8][10]

Santana de Parnaíba é um importante polo turístico, atraindo turismo em diferentes áreas, principalmente o turismo histórico e religioso, e devido às suas festas tradicionais, tais quais o Carnaval, Drama da Paixão, o segundo maior do país, o Encontro de Antigomobilismo, a Festa do Cururuquara e o Natal de Luz, que recebe 100 mil visitantes.[8]

Morro do Voturuna

Em 1580, Susana Dias, neta do cacique Tibiriçá, juntamente com seu filho, Capitão André Fernandes, fundou uma fazenda à beira do Rio Anhembi (atual Rio Tietê), a oeste de São Paulo, próximo à cachoeira denominada pelos indígenas como "Parnaíba" (lugar de muitas ilhas).

Em 1610, o Capitão-Mor da Capitania de São Vicente Gaspar Conqueiro concedeu uma Sesmaria a Belchior da Costa, em terras vizinhas às de Susana Dias [11]. Devido a sua posição estratégica no vale do Rio Tietê, tornou-se ponto de partida das bandeiras que seguiam rumo ao Oeste Paulista e ao Mato Grosso. Em 1625, o povoado foi elevado à condição de vila.

No século XVIII, a vila entrou em decadência devido ao fim das bandeiras. O isolamento geográfico da vila, provocado pelas quedas de água do Rio Tietê e pelo relevo acidentado de seu território, fizeram com que a vila não figurasse nas rotas de comércio e colonização que ligavam São Paulo às nascentes cidades de Jundiaí, Sorocaba e Itu.

Em 1901, a Usina Hidrelétrica Edgard de Sousa foi inaugurada no Rio Tietê, mas não foi suficiente para revitalizar a cidade, que perdeu grande parte dos seus territórios para seus antigos distritos de Cajamar, Pirapora do Bom Jesus e Barueri ao longo do século XX.

A partir da década de 1980, o município voltou a ganhar dinamismo econômico, com a melhoria das ligações rodoviárias com o restante da Grande São Paulo e com o impulso provocado pela implantação de diversos condomínios residenciais, notadamente Alphaville.

Crescimento populacional
Ano População Total
18723 338
18905 94278,0%
19007 40624,6%
19109 98734,9%
19207 981−20,1%
19258 1301,9%
192912 57854,7%
193413 1524,6%
193714 0616,9%
194011 968−14,9%
194616 98341,9%
195010 411−38,7%
195810 4550,4%
19605 244−49,8%
19705 3902,8%
198010 09887,3%
199137 762274,0%
200074 82898,2%
2010108 81345,4%
2022154 10541,6%
Est. 2024162 341[12]5,3%
Fontes:[13][14][15]
Censos Demográficos IBGE e Estimativas SEADE

Segundo o Censo de 2022 do IBGE, a população de Santana de Parnaíba era de 154 105 habitantes, com densidade demográfica de 856,4 habitantes/km²[3]. No censo de 2010, a população era de 108 813 habitantes, com densidade demográfica de 604,74 habitantes/km².[2]

O clima da cidade, como em toda a Região Metropolitana de São Paulo, é o subtropical. Verão quente e chuvoso. Inverno relativamente frio e subseco. A média de temperatura anual gira em torno dos 20Cº, sendo o mês mais frio julho (média de 12°C) e o mais quente fevereiro (média de 23°C). O índice pluviométrico anual fica em torno de 1382 mm.

Gráfico climático para Santana de Parnaíba
JFMAMJJASOND

241

27

18

222

27

18

156

27

17

82

25

15

64

23

13

59

21

12

42

21

11

44

23

12

74

23

13

127

24

14

128

25

16

142

26

17

Temperaturas em °CPrecipitações em mm

Fonte: Canal do Tempo

Vista aérea da cidade, com a Usina Hidrelétrica Edgard de Sousa à direita

O município conta com uma política de preservação ambiental, conforme legislação em vigor, que tem proporcionado a criação e a manutenção de áreas de valor ecológico e ambiental, assim como a defesa e a preservação da fauna e da flora.[16][17]

O sistema de esgoto serve a 71,8% das residências, e a arborização em vias públicas alcança 58,4% dos domicílios.[18]

O sistema de telefones automáticos foi inaugurado na cidade em 1974 pela Telecomunicações de São Paulo (TELESP), que também implantou o sistema de discagem direta à distância (DDD) em 1981 com o código de área (011).[19][20] Anteriormente a cidade era atendida pela Companhia Telefônica Brasileira (CTB).[21]

O data center da Telefônica/Vivo foi inaugurado em 2012 no bairro de Tamboré, em um prédio de 33,6 mil metros quadrados, e abriga as operações de telefonia fixa e móvel da empresa no Brasil.[22][23]

Faz parte do Plano de Desenvolvimento Urbano Integrado da Região Metropolitana de São Paulo (PDUI)[24] e é uma das 39 cidades que integram a Região Imediata de São Paulo que, por sua vez, é uma das duas regiões imediatas que formam a Região Intermediária de São Paulo.

A administração municipal se dá pelo poder executivo e pelo poder legislativo.[25] O primeiro a governar o município foi José Pedroso de Oliveira Pinto, que ficou no cargo de intendente em 1897.[26]

A economia de Santana de Parnaíba é ligada ao setor de serviços e comércio, notadamente na região de Alphaville.

A atividade industrial está localizada nos bairros da Fazendinha e Tamboré.

O turismo vem se desenvolvendo na cidade, auxiliado pelo conjunto colonial do centro histórico.

O conjunto arquitetônico colonial do Centro Histórico possui mais de duzentas casas e construções datadas dos séculos XVII e XVIII, destacando-se a Igreja Matriz de Sant'Ana. Trata-se do maior conjunto colonial existente no estado de São Paulo.

No Circuito dos Alambiques é possível conhecer o processo de fabricação da cachaça artesanal.

A cidade promove festas populares que atraem um grande número de turistas, como o carnaval da cidade, que é muito conhecido e atrai pessoas de várias regiões, e a Festa do Cururuquara.

Anualmente, é promovido pela Secretaria de Cultura e Turismo do município o espetáculo teatral do Drama da Paixão de Cristo reconhecido nacionalmente. A peça é encenada às margens do Rio Tietê, nas proximidades da Barragem Edgard de Sousa por atores da própria cidade.

Além disso, a cidade recebe uma das maiores manifestações religiosas do Estado de São Paulo, a festa de Corpus Christi. Podendo ser considerada um dos principais atrativos turísticos e mais tradicionais eventos culturais do município, a festa, realizada desde os anos 1960, é caracterizada pela confecção de tapetes de pó de serra colorido, pó de café, casca de ovos, etc.

  • Coreto praça da Matriz.

    Coreto praça da Matriz.

  • Centro Histórico.

    Centro Histórico.

  • Arruamento de paralelepípedo.

    Arruamento de paralelepípedo.

  • Casário de taipa de pilão

    Casário de taipa de pilão

  • Conjunto arquitetônico

    Conjunto arquitetônico

  • Vista panorâmica de Santana de Parnaíba

    Vista panorâmica de Santana de Parnaíba

  • Praça

    Praça

  • Monumento aos Bandeirantes

Samba de Bumbo

O samba de bumbo é um samba típico do estado de São Paulo, sendo de grande relevância na cidade. Devido à sua importância histórica, social e cultural, é reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial do estado de São Paulo e Patrimônio Cultural do Brasil, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).[27]

Sede da prefeitura do município.

O calendário do município prevê os seguinte feriados:[29][30]

A Páscoa é uma festa religiosa móvel que costuma acontecer entre 22 de março e 25 de abril.

Igreja Matriz.

O Cristianismo se faz presente na cidade da seguinte forma:[34]

Referências

  1. «Distâncias entre a cidade de São Paulo e todas as cidades do interior paulista». Consultado em 28 de janeiro de 2011
  2. a b Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (1 de julho de 2021). «Santana de Parnaíba». Consultado em 19 de abril de 2022
  3. a b «População de Santana de Parnaíba (SP) é de 154.105 pessoas, aponta o Censo do IBGE». G1. 28 de junho de 2023. Consultado em 13 de janeiro de 2025
  4. «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil» (PDF). Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2010. Consultado em 31 de julho de 2013
  5. a b «Produto Interno Bruto dos Municípios 2016». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 16 de julho de 2024
  6. «Lei Complementar nº 1.139, de 16 de junho de 2015/ 2011». Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Consultado em 1 de fevereiro de 2017
  7. a b «Parnaíba comemora 39 anos de tombamento do Centro Histórico e lançará livro sobre sua arquitetura». Prefeitura de Santana de Parnaíba. Consultado em 17 de julho de 2024
  8. a b c «Centro histórico de Santana de Parnaíba preserva casas coloniais tombadas». Folha de S.Paulo. 18 de agosto de 2019. Consultado em 17 de julho de 2024
  9. «Turismo: Santana de Parnaíba concorre ao principal prêmio da área». Vero. 25 de abril de 2023. Consultado em 17 de julho de 2024
  10. «Centro Histórico de Santana de Parnaíba». Condephaat. Consultado em 17 de julho de 2024
  11. Documentos do Archivo de Estado de São Paulo (1921). Sesmarias 1602-1642. São Paulo: Typographia Piratininga. p. 86
  12. «Estimativas da população residente para os municípios e para as unidades da federação (2024) | IBGE». www.ibge.gov.br
  13. «Censos Demográficos (1991-2022) | IBGE». www.ibge.gov.br
  14. «Censos Demográficos (1872-1980) | IBGE». biblioteca.ibge.gov.br
  15. «Biblioteca Digital Seade | Fundação Seade». bibliotecadigital.seade.gov.br
  16. «Política de Meio Ambiente» (PDF). Prefeitura Municipal de Santana de Parnaíba. Consultado em 12 de agosto de 2019
  17. «Lei Nº 2823, DE 18 de setembro de 2007, institui o Código Ambiental de Santana de Parnaíba». Prefeitura Municipal de Santana de Parnaíba. Consultado em 12 de agosto de 2019
  18. «Território e Ambiente - Santana de Parnaíba». IBGE. Consultado em 12 de agosto de 2019
  19. «Telesp - Relatório Anual de 1981» (PDF). D.O.E. São Paulo
  20. «Área de operação da Telesp em São Paulo». www.telesp.com.br. Página oficial da Telecomunicações de São Paulo (arquivada). 14 de janeiro de 1998. Consultado em 26 de fevereiro de 2025
  21. «O Estado de S. Paulo - 07/01/1973». Acervo. Consultado em 26 de fevereiro de 2025
  22. «Tamboré». Telefonica Business Solutions. Consultado em 22 de outubro de 2018
  23. Rafael Silva. «Por dentro do novo datacenter da Telefônica-Vivo em SP». Tecnoblog. Consultado em 22 de outubro de 2018
  24. «Região Metropolitana de São Paulo». Plano de Desenvolvimento Urbano Integrado da Região Metropolitana de São Paulo. Consultado em 1 de fevereiro de 2017. Cópia arquivada em 27 de janeiro de 2017
  25. «Prefeitura de Santana de Parnaíba». Consultado em 11 de agosto de 2019
  26. Ricardo Viveiros (2014). «A vila que descobriu o Brasil: A história de Santana de Parnaíba». Geração editorial. Consultado em 19 de dezembro de 2018
  27. «Samba de Bumbo Paulista é reconhecido como Patrimônio Cultural do Brasil». Gov.br. 9 de maio de 2024. Consultado em 16 de julho de 2024
  28. ASSAOC – Associação Amigos das Oficinas Culturais do Estado de São Paulo. «Rede de Informações Culturais do Estado de São Paulo». Consultado em 16 de agosto de 2010
  29. «Feriados Municipais Santana de Parnaiba». Feriados municipais. Consultado em 16 de agosto de 2019
  30. «Feriados Municipais Santana de Parnaiba». br.calendario.online. Consultado em 16 de agosto de 2019
  31. «Sexta-feira Santa». Calendarr.com. Consultado em 16 de agosto de 2019
  32. «Corpus Christi». Calendarr.com. Consultado em 16 de agosto de 2019
  33. «Dia de Santa Ana». Calendarr.com. Consultado em 16 de agosto de 2019
  34. O termo "cristão" (em grego Χριστιανός, transl Christianós) foi usado pela primeira vez para se referir aos discípulos de Jesus Cristo na cidade de Antioquia (Atos cap. 11, vers. 26), por volta de 44 d.C., significando "seguidores de Cristo". O primeiro registro do uso do termo "cristianismo" (em grego Χριστιανισμός, Christianismós) foi feito por Inácio de Antioquia, por volta do ano 100. Tyndale Bible Dictionary, pp. 266, 828
  35. «Sul 1 Region of Brazil [Catholic-Hierarchy]». www.catholic-hierarchy.org. Consultado em 27 de fevereiro de 2025
  36. «Campos Eclesiásticos». CONFRADESP. 10 de dezembro de 2018. Consultado em 27 de fevereiro de 2025
  37. «Arquivos: Locais». Assembleia de Deus Belém – Sede. Consultado em 27 de fevereiro de 2025
  38. «Localidade - Congregação Cristã no Brasil». congregacaocristanobrasil.org.br. Consultado em 27 de fevereiro de 2025
  • Camargo, Paulo Florêncio da Silveira (1971). História de Santana de Parnaíba. São Paulo: Conselho Estadual de Cultura. 372 páginas.
  • Nascimento, Haydée (1977). Aspectos Folclóricos do Carnaval de Santana de Parnaíba.São Paulo: Secretaria de Cultura. 158 páginas.