pt.wikipedia.org

Teorema da decomposição de Helmholtz – Wikipédia, a enciclopédia livre

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

No cálculo vetorial, o teorema de Helmholtz afirma que se o divergente e o rotacional de um campo vetorial são conhecidos em todo o espaço, então esse campo vetorial existe e é único, contanto que tanto o campo quanto seu divergente e rotacional caiam a zero suficientemente rápido no infinito. O teorema tem aplicações em muitas áreas da física e da matemática, como eletromagnetismo, cromodinâmica quântica e teoria de análise vetorial. Seu nome é dado em homenagem a Hermann von Helmholtz, médico e físico alemão com relevantes contribuições para a física, fisiologia, psicologia e filosofia.[1]

Seja um campo vetorial {\displaystyle \mathbf {F} (\mathbf {r} )} e definamos {\displaystyle \nabla \times \mathbf {F} \equiv \mathbf {C} (\mathbf {r} )} e {\displaystyle \nabla \cdot \mathbf {F} \equiv D(\mathbf {r} )}.

Se as seguintes condições são satisfeitas:

{\displaystyle \left(1\right)\lim _{r\to \infty }{\frac {\mathbf {C} (\mathbf {r} )}{1/r^{2}}}=\mathbf {0} } e {\displaystyle \lim _{r\to \infty }{\frac {D(\mathbf {r} )}{1/r^{2}}}=0,}
{\displaystyle \left(2\right)\lim _{r\to \infty }{\frac {\mathbf {F} (\mathbf {r} )}{1/r}}=\mathbf {0} ,}

então {\displaystyle \mathbf {F} (\mathbf {r} )} existe e é definido unicamente por

{\displaystyle \left(3\right)\mathbf {F} (\mathbf {r} )=-\nabla U(\mathbf {r} )+\nabla \times \mathbf {W} ,}

com

{\displaystyle \left(4\right)U(\mathbf {r} )=\left({\frac {1}{4\pi }}\int {\frac {D(\mathbf {r'} )}{|\mathbf {r} -\mathbf {r'} |}}{d}\tau '\right)\ \ }  e {\displaystyle \ \ \mathbf {W} (\mathbf {r} )=\left({\frac {1}{4\pi }}\int {\frac {\mathbf {C} (\mathbf {r'} )}{|\mathbf {r} -\mathbf {r'} |}}{d}\tau '\right),}

onde {\displaystyle {d}\tau '} é um elemento infinitesimal de volume e {\displaystyle \mathbf {r} } e {\displaystyle \mathbf {r'} } são vetores genéricos no espaço tridimensional.

Sejam {\displaystyle U(\mathbf {r} )}, {\displaystyle \mathbf {W} (\mathbf {r} )}, {\displaystyle D(\mathbf {r} )} e {\displaystyle \mathbf {C} (\mathbf {r} )} as funções definidas acima. Nosso primeiro objetivo é mostrar que é possível escrever {\displaystyle \mathbf {F} (\mathbf {r} )=-\nabla U(\mathbf {r} )+\nabla \times \mathbf {W} }, e que se escrito assim, de fato {\displaystyle \nabla \times \mathbf {F} =\mathbf {C} (\mathbf {r} )} e {\displaystyle \nabla \cdot \mathbf {F} =D(\mathbf {r} )}. Em seguida, vamos mostrar que sob as condições {\displaystyle \left(1\right)} e {\displaystyle \left(2\right)}, {\displaystyle \mathbf {F} (\mathbf {r} )} é único para determinados {\displaystyle D(\mathbf {r} )} e {\displaystyle \mathbf {C} (\mathbf {r} )}.

A primeira questão é se {\displaystyle U(\mathbf {r} )} e {\displaystyle \mathbf {W} (\mathbf {r} )} são bem definidos, i.e., se as integrais de {\displaystyle \left(4\right)} convergem. Temos, para {\displaystyle r'/r>>1}:

{\displaystyle \int {\frac {D(\mathbf {r'} )}{|\mathbf {r} -\mathbf {r'} |}}{d}\tau '\simeq \int {\frac {D(\mathbf {r'} )}{r'}}r'^{2}{d}r'=\int D(\mathbf {r'} )r'{d}r'.}

Essa integral converge se, e somente se, {\displaystyle D(\mathbf {r'} )} cair a zero no infinito mais rápido que {\displaystyle 1/r'^{2}}. Essa condição é garantida por {\displaystyle \left(1\right)}. O mesmo argumento se aplica à integral de {\displaystyle \mathbf {W} (\mathbf {r} )}. Logo, {\displaystyle U(\mathbf {r} )} e {\displaystyle \mathbf {W} (\mathbf {r} )} existem.

Usando o fato de que o divergente de um rotacional é identicamente nulo[2], qualquer que seja a função sobre a qual a operação é aplicada, temos: {\displaystyle \nabla \cdot \mathbf {F} =\nabla \cdot \left(-\nabla U+\nabla \times \mathbf {W} \right)=\nabla \cdot \left(-\nabla U\right)=\nabla ^{2}\left({\frac {-1}{4\pi }}\int {\frac {D(\mathbf {r'} )}{|\mathbf {r} -\mathbf {r'} |}}{d}\tau '\right)}

Como {\displaystyle \nabla ^{2}} é um operador diferencial em relação a {\displaystyle \mathbf {r} } e a integral é em relação a {\displaystyle \mathbf {r'} }, podemos fazer

{\displaystyle \nabla \cdot \mathbf {F} ={\frac {-1}{4\pi }}\int D(\mathbf {r'} )\nabla ^{2}\left({\frac {1}{|\mathbf {r} -\mathbf {r'} |}}\right){d}\tau '={\frac {-1}{4\pi }}\int D(\mathbf {r'} )\left(-4\pi \delta ^{3}(\mathbf {r} -\mathbf {r'} )\right){d}\tau '=\int D(\mathbf {r'} )\delta ^{3}(\mathbf {r} -\mathbf {r'} ){d}\tau '=D(\mathbf {r} ),}

onde usamos a conhecida propriedade[3] da função Delta de Dirac:

{\displaystyle \int \mathbf {f} (\mathbf {r'} )\delta ^{3}(\mathbf {r'} -\mathbf {a} ){d}\tau '=\mathbf {f} (\mathbf {a} )}

Logo, como queríamos demonstrar, {\displaystyle \nabla \cdot \mathbf {F} =D(\mathbf {r} )}

Uma vez que o rotacional de um gradiente é identicamente nulo[2], qualquer que seja a função sobre a qual o operador atua, e usando a identidade {\displaystyle \nabla \times (\nabla \times )=-\nabla ^{2}+\nabla (\nabla \cdot )}[2], temos:

{\displaystyle \nabla \times \mathbf {F} =\nabla \times \left(-\nabla U(\mathbf {r} )+\nabla \times \mathbf {W} (\mathbf {r} )\right)=\nabla \times \left(\nabla \times \mathbf {W} \right)=-\nabla ^{2}\mathbf {W} +\nabla (\nabla \cdot \mathbf {W} )}

Como {\displaystyle \nabla ^{2}} é um operador diferencial em relação a {\displaystyle \mathbf {r} } e a integral é em relação a {\displaystyle \mathbf {r'} }, o primeiro termo do lado direito da equação acima fica:

{\displaystyle -\nabla ^{2}\mathbf {W} =-\nabla ^{2}\left({\frac {1}{4\pi }}\int {\frac {\mathbf {C} (\mathbf {r'} )}{|\mathbf {r} -\mathbf {r'} |}}{d}\tau '\right)={\frac {-1}{4\pi }}\int \mathbf {C} (\mathbf {r'} )\nabla ^{2}\left({\frac {1}{|\mathbf {r} -\mathbf {r'} |}}\right){d}\tau '={\frac {-1}{4\pi }}\int \mathbf {C} (\mathbf {r'} )\left(-4\pi \delta ^{3}(\mathbf {r} -\mathbf {r'} )\right){d}\tau '}
{\displaystyle =\int \mathbf {C} (\mathbf {r'} )\delta ^{3}(\mathbf {r} -\mathbf {r'} ){d}\tau '=\mathbf {C} (\mathbf {r} )}

Para calcular o segundo termo vamos usar, adicionalmente, integração por partes de campos vetoriais e o fato de que uma derivada de {\displaystyle {\frac {1}{|\mathbf {r} -\mathbf {r'} |}}} em relação a {\displaystyle \mathbf {r} } difere de uma derivada em relação a {\displaystyle \mathbf {r'} } por um fator {\displaystyle (-1)}:

{\displaystyle \nabla \cdot \mathbf {W} =\nabla \cdot \left({\frac {1}{4\pi }}\int {\frac {\mathbf {C} (\mathbf {r'} )}{|\mathbf {r} -\mathbf {r'} |}}{d}\tau '\right)={\frac {1}{4\pi }}\int \mathbf {C} (\mathbf {r'} )\nabla \cdot \left({\frac {1}{|\mathbf {r} -\mathbf {r'} |}}\right){d}\tau '={\frac {-1}{4\pi }}\int _{V}\mathbf {C} (\mathbf {r'} )\nabla '\cdot \left({\frac {1}{|\mathbf {r} -\mathbf {r'} |}}\right){d}\tau '}
{\displaystyle ={\frac {1}{4\pi }}\left[\int _{V}{\frac {1}{|\mathbf {r} -\mathbf {r'} |}}\nabla '\cdot \mathbf {C} (\mathbf {r'} ){d}\tau '-\oint _{S}{\frac {1}{|\mathbf {r} -\mathbf {r'} |}}\mathbf {C} (\mathbf {r'} )\cdot {d}\mathbf {a} \right]}

Mas, como o divergente de um rotacional é identicamente nulo, {\displaystyle \nabla '\cdot \mathbf {C} (\mathbf {r'} )=0}. Ao mesmo tempo, se escolhermos uma superfície cujos pontos estão todos suficientemente longe da origem, i.e., se fizermos {\displaystyle r'\rightarrow \infty } na integral de superfície da equação acima, teremos

{\displaystyle \oint {\frac {1}{|\mathbf {r} -\mathbf {r'} |}}\mathbf {C} (\mathbf {r'} )\cdot {d}\mathbf {a} \rightarrow \oint {\frac {C(r')}{r'}}r'^{2}{d}r'=\oint C(r')r'{d}r'}

Como as condições {\displaystyle \left(1\right)} garantem que {\displaystyle C(r')} vai a zero mais rápido que {\displaystyle 1/r'^{2}}, o integrando, que é constante ao longo da integração se escolhermos como superfície de integração uma esfera, vai a zero. Logo, a integral de superfície também vai a zero, o que dá

{\displaystyle \nabla \cdot \mathbf {W} =0}

Assim, ficamos com {\displaystyle \nabla \times \mathbf {F} =\mathbf {C} (\mathbf {r} )}, como queríamos demonstrar.

Até agora demonstramos que é possível escrever {\displaystyle \mathbf {F} (\mathbf {r} )} como o rotacional de um campo vetorial menos o gradiente de um campo escalar, como na expressão {\displaystyle \left(3\right)}. Mas será que essa é a única forma de escrever {\displaystyle \mathbf {F} }? Em outras palavras, uma vez determinados o rotacional e o divergente de um campo vetorial {\displaystyle \mathbf {F} }, ele está unicamente fixado por {\displaystyle \left(3\right)}? A princípio, poderíamos adicionar à {\displaystyle \mathbf {F} } um função cujo rotacional e divergente fossem identicamente nulos. Nada mudaria no que foi argumentado até agora, mas certamente {\displaystyle \mathbf {F} } não seria único. Haveria tantas expressões diferentes para {\displaystyle \mathbf {F} } quanto campos com rotacional e divergente nulo existissem. De fato, existem campos com rotacional e divergente nulo, mas nenhum deles consegue satisfazer a condição {\displaystyle \left(2\right)}:

{\displaystyle \lim _{r\to \infty }{\frac {\mathbf {F} (\mathbf {r} )}{1/r}}=\mathbf {0} }.

Ou seja, nenhum campo irrotacional e sem divergência vai a zero no infinito mais rápido que {\displaystyle r}[4].

Uma estratégia para mostrar formalmente a unicidade de {\displaystyle \mathbf {F} (\mathbf {r} )} é supor que exista uma outra função {\displaystyle \mathbf {F_{2}} (\mathbf {r} )}, com o mesmo divergente e rotacional de {\displaystyle \mathbf {F} (\mathbf {r} )}, e mostrar que {\displaystyle \mathbf {B} =\mathbf {F} -\mathbf {F_{2}} =\mathbf {0} .}

Temos, então: {\displaystyle \nabla \times \mathbf {F_{2}} =\mathbf {C} (\mathbf {r} )} e {\displaystyle \nabla \cdot \mathbf {F_{2}} =D(\mathbf {r} ).} Logo,

{\displaystyle \nabla \cdot \mathbf {B} =\nabla \cdot (\mathbf {F} -\mathbf {F_{2}} )=D-D=0}.

Da mesma maneira,

{\displaystyle \nabla \times \mathbf {B} =\mathbf {0} }

Pela última equação podemos definir {\displaystyle \mathbf {B} =-\nabla \phi } e, substituindo na penúltima, {\displaystyle \nabla \cdot \mathbf {B} =-\nabla \cdot \nabla \phi =0}

Para duas funções escalares {\displaystyle u} e {\displaystyle v} diferenciáveis, há a identidade {\displaystyle \nabla \cdot (u\nabla v)=u\nabla \cdot \nabla v+(\nabla u)\cdot (\nabla v)}. Utilizando-a no teorema da divergência, obtemos:

{\displaystyle \int _{V}u\nabla \cdot (\nabla v){d}\tau +\int _{V}(\nabla u)\cdot (\nabla v){d}\tau =\int _{V}\nabla \cdot (u\nabla v){d}\tau =\oint _{S}(u\nabla v)\cdot {d}\mathbf {a} }

Se fizermos {\displaystyle u=v=\phi }, ficamos com

{\displaystyle \int _{V}\phi \nabla \cdot (\nabla \phi ){d}\tau +\int _{V}(\nabla \phi )\cdot (\nabla \phi ){d}\tau =\oint _{S}(\phi \nabla \phi )\cdot {d}\mathbf {a} }

A primeira integral é nula, pois {\displaystyle \nabla \cdot \nabla \phi =0.} A integral de área, lado direito da equação, é nula pelas condições {\displaystyle \left(1\right)}. Logo, resta:

{\displaystyle \int _{V}(\nabla \phi )\cdot (\nabla \phi ){d}\tau =0}.

Como a igualdade vale qualquer que seja o volume {\displaystyle V} escolhido, e o produto {\displaystyle (\nabla \phi )\cdot (\nabla \phi )=\mathbf {B} \cdot \mathbf {B} =B^{2}} nunca é negativo, concluímos que {\displaystyle \mathbf {B} =\mathbf {0} .} Desse modo, como queríamos demonstrar:

{\displaystyle \mathbf {B} =\mathbf {F} -\mathbf {F_{2}} =\mathbf {0} .}

E fica provado que, uma vez determinado o rotacional e o divergente de um campo vetorial {\displaystyle \mathbf {F} }, e sob as condições {\displaystyle \left(1\right)} e {\displaystyle \left(2\right)}, este existe e é dado pela expressão {\displaystyle \left(3\right)} de forma única.[5]

O conceito de potencial é útil em muitas situações, em física[6]. O Teorema de Helmholtz tem alguns corolários extremamente importantes.

Se {\displaystyle \nabla \times \mathbf {F} =0} em todo o espaço, e sabendo que o rotacional do gradiente é identicamente nulo, temos:

{\displaystyle \nabla \times \left(-\nabla U(\mathbf {r} )+\nabla \times \mathbf {W} \right)=\nabla \times \nabla \times \mathbf {W} =0\Rightarrow \mathbf {W} =0}

Logo, o campo vetorial em questão pode ser escrito apenas como o gradiente de um campo escalar: {\displaystyle \mathbf {F} =-\nabla \varphi (\mathbf {r} ).}

Chamamos a função escalar {\displaystyle \varphi (\mathbf {r} )} de potencial escalar.

Pelo teorema de Stokes, {\displaystyle \int _{S}\nabla \times \mathbf {F} \cdot {d}\mathbf {a} =\oint _{C}\mathbf {F} \cdot {d}\mathbf {l} =0.} Logo, uma integral de linha de um campo irrotacional num circuito fechado é identicamente nula. Isso implica qualquer integral de linha que comece e termine no mesmo ponto ser independente do caminho, pois se uma integral começa em {\displaystyle \mathbf {a} } e termina em {\displaystyle \mathbf {b} }, e uma outra integral começa em {\displaystyle \mathbf {b} } e termina em {\displaystyle \mathbf {a} }, a soma das duas dá uma integral de linha num caminho fechado, que é identicamente nula. Logo:

{\displaystyle \int _{\mathbf {a\rightarrow c1} }^{\mathbf {b} }\mathbf {F} \cdot {d}\mathbf {l} +\int _{\mathbf {b\rightarrow c2} }^{\mathbf {a} }\mathbf {F} \cdot {d}\mathbf {l} =\int _{\mathbf {a\rightarrow c1} }^{\mathbf {b} }\mathbf {F} \cdot {d}\mathbf {l} -\int _{\mathbf {a\rightarrow c2} }^{\mathbf {b} }\mathbf {F} \cdot {d}\mathbf {l} =0\Rightarrow \int _{\mathbf {a\rightarrow c1} }^{\mathbf {b} }\mathbf {F} \cdot {d}\mathbf {l} =\int _{\mathbf {b\rightarrow c2} }^{\mathbf {a} }\mathbf {F} \cdot {d}\mathbf {l} }

Ou seja, a integral de linha é independente do caminho.

Se {\displaystyle \nabla \cdot \mathbf {F} =0} em todo o espaço, e sabendo que o divergente do rotacional é identicamente nulo, temos:

{\displaystyle \nabla \cdot \left(-\nabla U+\nabla \times \mathbf {W} \right)=-\nabla \cdot \left(\nabla U\right)=0\Rightarrow \nabla U=0}

Logo, o campo vetorial em questão pode ser escrito apenas como o rotacional de um campo vetorial: {\displaystyle \mathbf {F} =\nabla \times \mathbf {A} (\mathbf {r} )}.

Chamamos a função vetorial {\displaystyle \mathbf {A} (\mathbf {r} )} de potencial vetor.

Pelo teorema da divergência, {\displaystyle \int _{V}\nabla \cdot \mathbf {F} {d}\tau '=\oint _{S}\mathbf {F} \cdot {d}\mathbf {a} =0.} Logo, no fluxo de um campo sem divergência numa superfície fechada é identicamente nulo.

Podemos mostrar, também, que qualquer integral de superfície, cuja superfície de integração esteja apoiada num mesmo contorno C, tem o mesmo valor. Ou seja, uma integral de superfície de um campo sem divergência não depende da superfície, para um dado contorno de apoio.

A informação de que um campo vetorial está unicamente fixado pelo seu divergente e rotacional é de fundamental importância para a teoria eletromagnética. Toda a informação física relevante dos fenômenos eletromagnéticos é tirada de quatro equações diferenciais, as Equações de Maxwell, que envolvem precisamente o divergente e o rotacional dos campos vetoriais elétrico e magnético. São elas:

{\displaystyle \nabla \cdot \mathbf {E} ={\frac {\rho }{\epsilon _{0}}}} (Lei de Gauss)
{\displaystyle \nabla \times \mathbf {E} =-{\frac {\partial \mathbf {B} }{\partial t}}} (Lei de Faraday-Neumann-Lenz)
{\displaystyle \nabla \cdot \mathbf {B} =0} (Ausência de monopolos magnéticos)
{\displaystyle \nabla \times \mathbf {B} =\mu _{0}\mathbf {J} +\mu _{0}\varepsilon _{0}{\frac {\partial \mathbf {E} }{\partial t}}\ } (Lei de Ampère)

Além disso, o conceito desenvolvido acima de potencial escalar e potencial vetor simplifica a solução de muitos problemas físicos.[4]

Referências

  1. Cahan, D., Hermann von Helmholtz and the Foundations of Nineteenth-Century Science, 1a ed. California: University of California Press (1993).
  2. a b c Davis, H. F. e Snider, A. D., Introduction to Vector Analysis, 7a ed. Boston: Allyn & Bacon (1995).
  3. Boas, M.L., Mathematical Methods in the Physical Sciences, 3a ed. Hoboken: Wiley (2005).
  4. a b c Griffiths, D. J., Introduction to Electrodynamics, 3a ed. New Jersey: Benjamin Cummings (1999).
  5. Arfken, G. B., Weber H. J. e Harris F. E., Mathematical Methods for Physicists, 6a ed. California: Academic Press (2005).
  6. Marion, J.B. e Thornton, S.T., Classical Dynamics of Particles and Systems, 5a ed. California: Brooks Cole (2003).