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VEJA on-line

São Paulo
345 milhões de dólares...

...é isso mesmo que você leu. Documentos
mostram que em um único dia uma conta
de Paulo Maluf no exterior recebeu
a fabulosa quantia acima


Malu Gaspar

Nilton Fukuda/Ag. O Globo

O ex-prefeito Paulo Salim Maluf, em quase quatro décadas de vida pública, sempre esteve acompanhado por duas constantes: a realização de grandes obras públicas e as denúncias de corrupção. Suas realizações como governador ou prefeito podem ser vistas na forma de rodovias, hidrelétricas, avenidas que criaram riqueza e modernizaram a cidade e o Estado de São Paulo. As denúncias de corrupção nunca viraram condenações judiciais definitivas. Nesse terreno, há três anos Maluf convive com a suspeita de que tem, ou teve, contas na Suíça – suspeita que ele sempre negou. Numa ocasião, Maluf chegou a dizer que, se algum dinheiro fosse encontrado em seu nome no exterior, doaria tudo à Santa Casa de Misericórdia. Até agora, sabia-se apenas que, no dia 9 de janeiro de 1997, o ex-prefeito transferira 200 milhões de dólares da Suíça para a Ilha de Jersey, um paraíso fiscal britânico no Canal da Mancha. Na semana passada, VEJA teve acesso a um conjunto de documentos que, pela primeira vez, dão solidez documental à vida bancária de Maluf na Suíça, cujos saldos são dignos de magnatas. Os documentos, remetidos ao Brasil por dois bancos – o Citibank, de Genebra, e o Union des Banques Suisses (UBS), de Zurique –, comprovam que:

• Entre 1985 e 1997, Paulo Maluf manteve contas secretas na Suíça. O Citibank de Genebra enviou um documento em que aparece a assinatura de Maluf como titular da conta número 334 018.

• Num único dia de junho de 1995, segundo se lê num extrato bancário do Citibank, uma conta de Maluf registrava saldo da fabulosa quantia de 345 milhões de dólares. Precisamente, 344 426 515,46 dólares.

• A conta de Maluf deu origem a outra conta, operada por seu filho Flávio. Num extrato de 17 de janeiro de 1992, constata-se que, nesse único dia, a conta de Flávio recebeu 14 milhões de dólares.

• As contas eram gerenciadas por Guenter Woernle, do Citibank, que deixou escrito que despachava pessoalmente com Maluf durante suas viagens à Europa. Um despacho ocorreu na presença de sua mulher, Sylvia, e de seu filho Flávio, segundo relato por escrito de Woernle.

Na semana passada, Maluf combinou dar entrevista a VEJA sobre os novos documentos na tarde de sexta-feira. O ex-prefeito acabou não comparecendo ao encontro e, em seu lugar, escalou seu advogado, José Roberto Leal, e dois assessores, Adilson Laranjeira e Jesse Ribeiro. Aos três, VEJA apresentou os documentos reproduzidos nestas páginas. Sobre o papel em que aparece a assinatura de Maluf como titular da conta 334.018, os auxiliares duvidaram que a assinatura pertencesse ao ex-prefeito. "Não posso afirmar que seja dele ou não, mas eu acho que não é", disse o advogado. Na conversa, que durou uma hora, os auxiliares abandonaram a antiga linha de argumentação em que negavam a existência de contas no exterior em nome de Maluf. Eles se concentraram na alegação de que o ex-prefeito não movimentou a conta. "Eu quero ver a assinatura dele movimentando a conta", diz Laranjeira. Em seguida, travou-se o seguinte diálogo:

Veja – O cartão de assinatura não prova que Maluf movimentava a conta?

Laranjeira – Não, isso não caracteriza.

Veja – O que o cartão de assinatura quer dizer, então?

Laranjeira – Pode ser aquilo que as autoridades da Suíça disseram na sentença judicial: que Maluf era apenas o beneficiário da conta.

Veja – Qual a diferença prática entre beneficiário e dono da conta?

Laranjeira – Que ele não movimenta a conta.

Veja – Se Maluf é beneficiário, o saldo da conta lhe pertence.

Laranjeira – Não, não, não necessariamente.

Veja – Alguém pode ter colocado Maluf como beneficiário de uma conta à sua revelia?

Laranjeira – Isso.

Veja – Por que alguém faria isso?

Laranjeira – Aí, só a pessoa que fez pode responder.

Um grupo de técnicos, peritos, tradutores e investigadores, mobilizado pelo Ministério Público de São Paulo, está debruçado sobre a papelada há mais de um mês e ainda não conseguiu concluir a análise. De vez em quando, diante da fartura de informações, aparece uma novidade. Antes de os papéis desembarcarem no Brasil, sabia-se que a transferência de 200 milhões de dólares da Suíça para Jersey fora feita por uma empresa off-shore chamada Blue Diamond (Diamante Azul, em inglês), que mais tarde trocou de nome e passou a chamar-se Red Ruby (Rubi Vermelho). Suspeitava-se que essa off-shore pertencesse a Maluf. Os papéis que chegaram da Suíça comprovam que a off-shore foi mesmo aberta por Maluf, em 21 de junho de 1985, em Cayman, paraíso fiscal do Caribe. E que trocou de nome em junho de 1994. A análise da papelada mostra que a operação das empresas com nome de pedras preciosas chegou a ter pelo menos vinte contas bancárias no Citibank, em Genebra. Um investigador que teve acesso ao conjunto dos papéis, e pede para manter-se no anonimato, contou a VEJA que há documentos mostrando que, além da Red Ruby, Maluf abriu outra off-shore, batizada de White Gold Foundation (Fundação Ouro Branco).

A White Gold foi constituída em 9 de janeiro de 1991, com sede em Vaduz, capital de Liechtenstein, um principado minúsculo, de apenas 160 quilômetros quadrados, encravado entre os Alpes da Suíça e da Áustria. Antes de ser fechada por Maluf, em outubro de 1998, a White Gold chegou a ter dez contas bancárias, todas abertas no UBS, em Zurique, que também registravam saldos excepcionais. O investigador que falou a VEJA examinou o extrato de uma das contas da White Gold. Ao conferir os dados de um único dia de maio de 1995, ele constatou que a conta tinha saldo de mais de 100 milhões de dólares. Como prova de que a White Gold pertencia realmente a Maluf, nos documentos da off-shore consta que, em caso de morte do ex-prefeito, os ativos da empresa deviam ser herdados por sua mulher, Sylvia, e seus quatro filhos: Flávio, Octávio, Lina e Lygia. De acordo com o investigador, a papelada mostra que, além das duas off-shore em nome de Maluf, havia outras cinco no nome de seus familiares. Duas eram de Flávio, filho e braço direito do ex-prefeito. Outra era de Lygia, uma de suas filhas. As outras duas pertenciam a Maurílio Curi e Jacqueline Coutinho, respectivamente genro e nora de Maluf.

Alain Azambuja/AE
DETIDO EM PARIS
Em julho do ano passado, durante visita à França, o ex-prefeito Paulo Maluf faz um sinal de vitória: depois de ser detido e depor para autoridades francesas que apuram "delinqüência financeira"


A batalha das autoridades brasileiras para obter esses documentos levou pelo menos um ano. No ano passado, o juiz federal Claude Wenger, de Genebra, autorizou que o Citibank e o UBS despachassem seus papéis para o Brasil, mas Maluf contratou um dos grandes escritórios de advocacia da Suíça, Schellenberg Wittmer, e recorreu da decisão. Em 11 de fevereiro passado, depois de analisar um resumo das investigações realizadas pelo Ministério Público Estadual, os juízes do Tribunal Federal da Suíça, a mais alta corte do país, convenceram-se de que havia indícios de que o dinheiro de Maluf podia ter origem ilícita. Em virtude disso, mandaram despachar os documentos ao Brasil. Coincidentemente, o juiz encarregado de investigar o caso Maluf na Suíça é o mesmo Claude Wenger. "Estou investigando e, ao final, se entender que houve lavagem de dinheiro, ele será denunciado", disse Wenger a VEJA na semana passada. Pouco mais de um mês atrás, os documentos suíços chegaram à Secretaria Nacional de Justiça, órgão do Ministério da Justiça, de onde foram remetidos para o Ministério Público Federal e para o Ministério Público Estadual, ambos em São Paulo.

Os papéis aos quais VEJA teve acesso foram submetidos à análise de um especialista, vice-presidente de um banco internacional em São Paulo. Sua primeira reação foi de espanto em relação ao saldo das contas. "No Brasil, só três ou quatro pessoas físicas com contas legais teriam condições para movimentar valores tão altos", diz ele. Se as contas pertencessem ao empresário Antônio Ermírio de Moraes, dono do grupo Votorantim, ou aos irmãos Safra, donos do banco homônimo, o saldo faria sentido, ainda que seja altamente improvável que eles tivessem movimentação dessa magnitude. Também seria compreensível caso as contas fossem de empresários bem-sucedidos que lidam com alto fluxo financeiro diário, como Abilio Diniz, dono da rede de supermercados Pão de Açúcar, ou Samuel Klein, proprietário das Casas Bahia. Em se tratando de Paulo Maluf, os valores soam improváveis. De 1993 a 1996, Maluf era prefeito de São Paulo. Conforme as declarações que entregou à Receita Federal, sua fortuna pessoal foi calculada em 75 milhões de reais, o equivalente a 25 milhões de dólares. "Para ter 300 milhões de dólares na conta num só dia, é preciso ser riquíssimo, ter recebido uma herança notável ou vendido algum ativo, como uma empresa", diz o executivo consultado por VEJA. Maluf não se encaixa em nenhum caso.

Examinando-se os extratos bancários, outros aspectos chamam atenção. A existência de vinte contas bancárias, em nome da Red Ruby, e de outras dez contas, abertas pela White Gold, é algo fora do padrão do mercado. Donos de somas milionárias com empresas off-shore em paraísos fiscais, mas que manejam dinheiro de origem lícita, costumam ter três ou quatro contas no banco – e não três dezenas. A grande quantidade de contas é sinal de que o dono tinha a intenção de pulverizar seu saldo financeiro e, através da miríade de contas, evitar que o dinheiro pudesse ser localizado com facilidade. Além de pedir que toda a correspondência sobre a conta ficasse no banco e não fosse entregue em seu endereço residencial, expediente comum quando se quer manter um patrimônio financeiro no exterior longe do exame das autoridades brasileiras, Paulo Maluf também solicitou dispensa de apresentar o formulário B2 – documento que o Citibank usava para identificar melhor seus clientes e a origem de seus recursos. Em 1992, Carlos Salinas, o ex-presidente do México que deixou o país fugido, usou o mesmo recurso para esconder a fortuna que desviou para suas contas no Citibank, na Suíça.

No Ministério Público em São Paulo, há dois promotores mergulhados numa outra ponta da investigação. Silvio Marques e Sérgio Turra Sobrane estão interessados em saber a origem do dinheiro que apareceu nas contas de Maluf e de seus familiares, considerando que nenhum deles informou à Receita Federal que tinha dinheiro ou conta bancária na Suíça. Os procuradores, mesmo antes que surgisse o primeiro sinal de contas no estrangeiro, já vinham apurando as denúncias de superfaturamento de obras na gestão de Maluf na prefeitura de São Paulo, entre 1993 e 1996, época em que a cidade virou um canteiro de obras, gastou mais de 7 bilhões de dólares e deu trabalho a todas as principais empreiteiras do país. As perícias do Ministério Público comprovaram superfaturamento nas duas principais obras viárias daquela época – o Túnel Ayrton Senna e a construção da Avenida Água Espraiada, depois rebatizada de Jornalista Roberto Marinho. Só nesta última obra calcula-se que houve um superfaturamento da ordem de 350 milhões de dólares. O Ministério Público descobriu que parte do dinheiro do superfaturamento passava por uma rede de doleiros e laranjas e acabava em bancos de Nova York.

Alan Marques/Folha Imagem
DETIDO EM BRASÍLIA
O senador tucano Antero Paes de Barros (à esq) e o ex-prefeito paulistano Celso Pitta, durante depoimento à comissão que investiga o caso Banestado: Pitta acabou detido por duas horas na Polícia Federal, em Brasília

O esquema tinha vários estágios, mas seu funcionamento geral era relativamente simples. Conforme descrição feita por Simeão Damasceno de Oliveira, ex-diretor financeiro da Mendes Junior, empreiteira que construía a Avenida Água Espraiada, a coisa funcionava assim: a prefeitura pagava à Mendes Júnior e funcionários da empreiteira simulavam pagamentos a diversas empresas fantasmas, que lhe forneciam notas fiscais frias. Em seguida, esses funcionários despachavam o dinheiro para doleiros – eram sete doleiros, segundo descobriu a investigação. Os doleiros, por sua vez, distribuíam o dinheiro entre várias contas de laranjas – eram 200 laranjas, diz o Ministério Público. Daí, o dinheiro tomava o rumo do exterior. A maior parte era depositada em cinco bancos com agências em Nova York, mas a instituição mais requisitada era a agência do Banestado, em Nova York. Agora, os procuradores querem saber se o dinheiro desviado da prefeitura de São Paulo e depositado em Nova York tem relação com as contas da Suíça. Trata-se, até o momento, somente de uma suspeita. Não existe nenhuma prova estabelecendo a ponte financeira entre as contas de Nova York e as contas da Suíça.

Na papelada vinda do exterior, encontrou-se até aqui apenas um indício que desperta a atenção: uma empreiteira, encarregada de tocar uma das grandes obras da gestão Maluf, realizou três depósitos, de 100.000 dólares cada um, na conta de uma das filhas de Maluf, na Suíça. Até o momento, isso quer dizer somente que uma construtora envolvida com obra superfaturada em São Paulo chegou a fazer depósitos na conta secreta de uma filha do então prefeito na Suíça. E só. Pode ser que, aprofundadas as investigações, esse dado venha a desvendar uma ponta de comunicação direta entre São Paulo e Suíça, mas também pode ser que se revele um episódio isolado. Mesmo sem ter todas as peças, o quebra-cabeça desse caso já é uma das investigações mais bem-sucedidas da história do Brasil. Pela primeira vez, um político tem sua vida bancária secreta no exterior radiografada com tanta precisão. Além disso, nunca havia sido encontrada antes, em contas de qualquer agente público brasileiro, movimentação bancária tão vultosa. Também é a primeira vez que uma investigação sobre fundos secretos no estrangeiro tem como ponto de partida uma batelada de informações vindas do exterior. O primeiro alerta sobre as operações do ex-prefeito lá fora apareceu em 15 de dezembro de 1999, quando uma autoridade da Ilha de Jersey, o inspetor David Minty, espantado com a portentosa transferência de 200 milhões de dólares da Suíça para a Ilha de Jersey, pediu às autoridades brasileiras informações sobre o dono do dinheiro, um cidadão chamado Paulo Salim Maluf. Com isso, começou o caso. Na outra ponta, também são raras as investigações brasileiras que conseguiram rastrear um desvio de dinheiro de uma prefeitura até a sua chegada a depósitos em bancos no exterior.

O caso Paulo Maluf, embora desperte interesse restrito aos brasileiros, tem dimensão internacional. Considerando-se o levantamento mais recente elaborado pela Transparency International, uma ONG que combate a corrupção no mundo, a quantia que Maluf manteve na Suíça rivaliza com os casos de corrupção e enriquecimento ilícito mais rumorosos do mundo. Um deles é o do ex-presidente do Peru, Alberto Fujimori, hoje escondido no Japão. Fujimori é suspeito de manter no exterior algo em torno de 600 milhões de dólares, segundo estimam especialistas. Outro é Pavlo Lazarenko, primeiro-ministro da Ucrânia, acusado de ter desviado para o exterior uma quantia que pode chegar a 200 milhões de dólares. Levando-se em conta que apenas num dia Maluf tinha um saldo de 345 milhões de dólares numa de suas contas, o ex-prefeito fica, em termos de valores, entre esses dois outros mandatários sob processo de investigação, Fujimori e Lazarenko. Outro dado que chama a atenção é que na lista da Transparency International sobre os grandes casos investigados no mundo só aparecem chefes de Estado ou de governo, presidentes ou primeiros-ministros – e nenhum prefeito municipal. Isso ajuda a dimensionar o tamanho da fortuna de Maluf, que está sendo objeto de investigação pelo Ministério Público.  

Os documentos suíços surgem num momento delicado para Paulo Maluf e para sua mais famosa criatura, Celso Pitta, hoje seu desafeto. Na semana passada, Pitta depôs no Senado, na comissão que investiga o escândalo da agência do Banestado em Nova York, onde se estima que tenha passado uma montanha bilionária de dinheiro ilícito. Munido de liminar que lhe dava o direito de ficar calado, Pitta não respondia a nenhuma pergunta até que o senador tucano Antero Paes de Barros, com a intenção de provocá-lo, perguntou como Pitta reagiria se fosse perguntado se é corrupto. Ao que Pitta respondeu com outra pergunta, indagando como o senador reagiria se lhe perguntassem se ainda bate em sua mulher. Pitta recebeu voz de prisão por desacato a autoridade, ficou duas horas detido na Polícia Federal em Brasília e foi liberado. Maluf, que já passou também por maus bocados em Paris, onde chegou a ficar detido por algumas horas no ano passado até prestar depoimento num caso de suspeita de lavagem de dinheiro, está neste momento empenhado em sua mais nova batalha: candidatar-se à sucessão de Marta Suplicy na prefeitura de São Paulo. Nas pesquisas mais recentes, aparece na liderança.

Já se sabia que...

• Em meados dos anos 90, durante a gestão de Paulo Maluf na prefeitura de São Paulo, a construção da Avenida Água Espraiada fora superfaturada em 350 milhões de dólares, conforme estimativa do Ministério Público estadual.

• Uma parte do dinheiro do superfaturamento passara por uma rede de doleiros e laranjas até ser depositado em vários bancos em Nova York, segundo apuração do Ministério Público de São Paulo.

• Em 1997, Maluf transferira 200 milhões de dólares da Suíça para a Ilha de Jersey, de acordo com informação de autoridades da própria ilha. Uma investigação apura se o dinheiro desviado da prefeitura foi mesmo enviado para contas da Suíça. Maluf sempre negou que tivesse empresas off-shore ou contas bancárias no exterior

Agora, descobriu-se que...

• Até 1997, ao contrário do que tem afirmado, Maluf teve contas bancárias secretas na Suíça. A informação consta de um documento enviado ao Brasil pelo Citibank de Genebra e reproduzido na página 42

• Só num único dia, 20 de junho de 1995, Maluf recebeu depósitos que somam 345 milhões de dólares. A informação está num extrato da conta de Maluf no Citibank, em Genebra

• Maluf tinha duas empresas off-shore. Uma, aberta em Cayman, no Caribe, chamava-se Red Ruby e tinha vinte contas na Suíça. A outra, no principado de Liechtenstein, batizada de White Gold, tinha dez contas na Suíça

Lista dos campeões

Ranking dos maiores desvios imputados a chefes de Estado ou de governo pela Transparency International

1. MOHAMED SUHARTO
presidente da Indonésia
15 a 35 bilhões
2. FERDINAND MARCOS
presidente das Filipinas
5 a 10 bilhões
3. MOBUTU SEKO
presidente do Zaire
5 bilhões

4. SANI ABACHA
presidente da Nigéria

2 a 5 bilhões
5. SLOBODAN MILOSEVIC
presidente da Iugoslávia
1 bilhão
6. JEAN-CLAUDE DUVALIER
presidente do Haiti
300 a 800 milhões
7. ALBERTO FUJIMORI
presidente do Peru
600 milhões
8. PAVLO LAZARENKO
primeiro-ministro da Ucrânia
114 a 200 milhões