Rio e Havana fundem-se na comédia "Viva Sapato!"
- ️Sat Mar 03 2012
Desde que Cameron Diaz irrompeu nas telas como a pin-up de O Máskara não se via nada igual. O problema de Laura Ramos é não ter a seu dispor a máquina de Hollywood. Aos 23 anos e com um corpo de fazer inveja ao da linda Cameron, a morena e caliente Laura está no Rio filmando Viva Sapato!, o novo filme de Luiz Carlos Lacerda, o Bigode. Um filme sobre as semelhanças entre Cuba e Brasil. Essas semelhanças são tão grandes que o diretor está filmando no Rio como se fosse em Havana. Isso faz com que, além da bela Laura e do espanhol Jorge Sanz, que faz seu galã, as outras estrelas da produção talvez sejam o diretor de arte Alexandre Meyer e o produtor de locações Johnny Cabroli. São os responsáveis pela transformação do Rio em "La Habana". Laura, que é cubana, também atua como consultora da produção. "Mas eu quase não preciso opinar, porque o Bigode morou em Havana e sabe o que fazer para tornar as locações convincentes." Olhando aquele monumento da natureza, você é capaz de não acreditar, mas Laura acha que, às vezes, a beleza atrapalha. Como?, quer saber o repórter . "Nenhuma atriz se sustenta só pela beleza, é preciso talento; se você for só bonita não vai durar muito nessa profissão; há sempre novas mulheres bonitas surgindo", diz. Atriz desde os 18 anos, Laura estava em Gramado, no ano passado, acompanhando a delegação do filme cubano Las Profecias de Amanda, de Pastor Vega - no qual faz um pequeno papel -, quando conheceu Bigode. Ele a seduziu com a idéia desse papel de cubana airosa. No Rio, também no ano passado, o diretor conseguiu cooptar o espanhol Jorge Sanz para o principal papel masculino. É o jovem ator de Sedução, o filme de Fernando Trueba que ganhou o Oscar. Laura é alta, as pernas são as pilastras mais bem torneadas que você pode imaginar. Sanz é baixinho, pelo menos uns 15 centímetros menos do que ela. Como fazem para resolver a diferença de altura na tela? "Se fosse na horizontal não haveria problema", ela diz, com malícia, e o sorriso travesso revela que a supermulher no fundo ainda é uma garota: os 23 anos estão todos aí, nesse sorriso de dentes perfeitos. Viva Sapato!, o filme que trouxe Laura Ramos ao Brasil, é uma produção da Total, a empresa que se prepara para lançar (em 18 de janeiro) a comédia Avassaladoras, de Mara Mourão, com Reynaldo Gianechinni e a deusa Giovana Antonelli. A Total também co-produziu o novo filme de Walter Lima Jr. (Meu Filho Teu) e é a parceira brasileira no filme que Charlton Heston veio fazer no Brasil, Rua Alguém 5555, no papel do carrasco nazista Josef Mengele. Tudo isso e mais Viva Sapato! põem o holofote sobre a empresa de Iafa Britz, Walkíria Barbosa e Vilma Lustosa. Elas explicam que optaram por filmar no Brasil por causa do dólar muito caro. O orçamento inicial era de US$ 2 milhões. A Total deveria entrar com 80% e sua parceira internacional, a empresa espanhola Eurofiction, com os 20% restantes. O orçamento foi ajustado às dificuldades de captação do momento. A Total reduziu sua parte para R$ 1,5 milhão. Captou o dinheiro por meio da Lei do Audiovisual e das Leis Rouanet e Mendonça. BR Distribuidora, Eletrobrás, BNDS e Fox são os investidores (a última tem a opção de distribuição). O filme é o primeiro do diretor desde For All - O Trampolim da Vitória, em 1997. Bigode sempre gostou da história que ouviu muitas vezes em Cuba, sobre dinheiro que é escondido num sapato, para entrar ou sair clandestinamente da ilha de Fidel Castro. Nas anedotas cubanas, a pessoa que espera o dinheiro recebe o sapato e, irritada, vende ou joga fora. Na versão de Bigode, Laura Ramos pede dinheiro a uma tia que é macumbeira no Brasil. Ela manda no sapato, Laura vende o tal sapato a troco de banana e, ao descobrir a verdade, corre feito louca atrás da fortuna perdida.