Beija-Flor e Salgueiro são destaques
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Com enredo que tratou do continente africano, escolas empolgam na 2ª noite e estão entre as favoritas
Grande Rio, que falou sobre Duque de Caxias, também pode atrapalhar planos de Mangueira e Viradouro, destaques de domingo
LUIZ FERNANDO VIANNA
DA SUCURSAL DO RIO
A África invadiu a disputa no
Carnaval carioca. Com enredos
sobre o continente, Beija-Flor e
Salgueiro fizeram apresentações fortes na segunda noite e
atrapalharam os sonhos de
Mangueira e Viradouro, as melhores de domingo.
Última a entrar no sambódromo, a escola de Nilópolis
empolgou o público com um
belíssimo desfile e pode ser
considerada a favorita na apuração, que começa hoje, às 15h,
na praça da Apoteose.
Quem ainda pode sonhar
com a vitória é a Grande Rio,
que contou a história do município da escola, Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
O reencontro com suas identidades é o ponto em comum
entre as favoritas. Com o enredo "Áfricas - Do berço real à
corte brasiliana", a Beija-Flor
brilhou numa seara que conhece bem. Foi campeã em 1983,
ainda na era Joãosinho Trinta,
com "A grande constelação das
estrelas negras", e já bebeu em
fontes africanas outras vezes.
O fato de ter o orçamento
mais alto do Grupo Especial
(R$ 7 milhões) garantiu o luxo
que é marca da escola, especialmente nas alegorias. Para falar
da influência africana no Brasil,
a agremiação homenageou as
outras da elite do Carnaval numa bonita ala branca.
Já o Salgueiro, depois de anos
amorfos que a levaram a um 11º
lugar em 2006, também se voltou para o universo com que é
mais associado: os temas negros. Campeã assim em 1960
("Quilombo dos Palmares"),
1963 ("Chica da Silva") e 1971
("Festa para um Rei Negro"), a
escola exaltou as guerreiras
africanas em "Candaces".
O retorno à sua marca parece
ter contagiado os componentes
-negros em sua maioria-, que
cantaram com entusiasmo o
refrão em iorubá. A escola pode
perder pontos por detalhes como falhas de acabamento do
carro do Egito e confusão entre
algumas alas. Mas pode sonhar
com o título após 14 anos.
A Grande Rio, que antecedeu
a Beija-Flor, vem seguindo o
caminho da vizinha e crescendo. Vice-campeã em 2006 falando do Amazonas, mexeu
com a emoção de seus componentes ao falar de Caxias, onde
vivem mais de 3.000 deles.
Para conquistar o público,
ajudou a popularidade de destaques como Deborah Secco,
Zeca Pagodinho -um dos homenageados do enredo- e José
Wilker, que representou Tenório Cavalcanti, "o homem da
capa preta", líder político que
se impôs na cidade nos anos 50.
A escola deixou as fantasias
um pouco mais leves, mas seguiu com alegorias extremamente grandes.
Portela
Outra agremiação tradicional, a Portela, fez um desfile
mais animado do que os anteriores, mas ainda está distante
da sua verdadeira cara.
O enredo patrocinado sobre
o Pan 2007 gerou fantasias óbvias e correria. Mas um de seus
maiores símbolos, Paulinho da
Viola, gostou. "Desde que voltei
a desfilar, em 1995, este foi o
mais emocionante."
A Imperatriz Leopoldinense
veio um pouco mais leve, como
prometera Rosa Magalhães,
mas sem a beleza que é a marca
da carnavalesca. Com o samba
fraco sobre bacalhau e Noruega, o resultado teve poucos momentos valiosos.
Porto da Pedra e Unidos da
Tijuca, primeiras da noite, fizeram desfiles corretos e podem
continuar no Grupo Especial.
Duas descerão e uma subirá.
Colaboraram TALITA FIGUEIREDO, MARIO HUGO MONKEN, PEDRO SOARES, AFRA BALANZINA e SÉRGIO RANGEL
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