Venezuela: Chávez pediu tanques para proteger palácio
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VENEZUELA
Gravação que o mostra pedindo deslocamento de tropas é usada pela oposição para responsabilizá-lo por mortes no dia 11
Chávez pediu tanques para proteger palácioDA REDAÇÃO
As rádios e TVs venezuelanas
divulgaram ontem a gravação de
uma conversa entre o presidente
Hugo Chávez e os comandantes
militares do país no dia 11 de abril,
horas antes do golpe que lhe tirou
da Presidência por dois dias.
Na gravação, ele ordena que tropas e tanques fossem deslocados
para proteger o palácio presidencial, em Caracas, cercado por centenas de milhares de manifestantes que pediam sua renúncia.
Os opositores de Chávez afirmam que a gravação indica que
ele estava preparado para usar a
força militar contra os manifestantes. A oposição responsabiliza
o presidente pelas ao menos 15
mortes a tiros ocorridas durante a
manifestação.
O comandante das Forças Armadas, general Lucas Rincón Romero, negou a alegação da oposição, afirmando que o deslocamento de tropas e tanques não visava reprimir o protesto, mas
"prevenir sabotagens e garantir a
ordem pública".
Na gravação, Chávez, identificado pelo codinome "Tubarão
Um", ordena a execução de um
"Plano Ávila". "Olhe, estou ordenando a aplicação do Plano Ávila,
e o primeiro movimento que faremos é para o Batalhão Ayala tomar posições... Mandem-nos
aqui para o palácio, para tomar
posições ao redor", diz Chávez.
Segundo o general Rincón, o
"Plano Ávila" é "um plano de
controle que todos os governos
do mundo têm para enfrentar situações especiais".
As estações privadas de rádio e
TV, acusadas por Chávez de ter
apoiado o golpe que tentou derrubá-lo, dizem que a gravação foi
feita por radioamadores que vivem perto do palácio presidencial
de Miraflores.
O presidente ordenou no início
da semana a abertura de um inquérito "completo e imparcial"
sobre a morte de mais de 40 pessoas antes e durante o golpe.
Os comandantes militares que
participaram do golpe no dia 11
alegaram ter deposto Chávez por
não aceitar sua ordem para reprimir os manifestantes.
A divulgação das gravações aumenta a controvérsia sobre a origem da violência. Imagens da TV
que mostravam franco-atiradores, supostamente membros de
grupos de apoio a Chávez, disparando contra a multidão foram
usadas para acusar o presidente.
Os aliados de Chávez apontam
outras imagens de TV para afirmar que militantes chavistas também foram mortos a tiros durante os protestos do dia 11.
Com agências internacionais
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